Descansar, aproveitar os momentos de lazer, viajar e passear, são alguns dos benefícios da chegada das férias. Mas é importante lembrar que quem pretende curtir cada minuto das merecidas folgas em outro continente, por exemplo, onde os fusos horários podem ser bastante diferentes, é bom ficar atento a alguns sintomas que podem surgir devido às longas viagens que cruzam horários desiguais. Nestes casos, adequar o sono e a alimentação são as principais medidas a serem tomadas, para que o corpo e as férias fiquem em ordem.
Segundo a Consultora do Sono da Duoflex, Renata Federighi, em uma viagem de longa distância para o exterior, além de passar horas em um espaço apertado dentro do avião, o corpo ainda sofre com a fadiga causada pela repentina mudança de fuso horário, o chamado jet lag. "Esse desconforto sentido é causado porque nosso relógio biológico fica desorientado quando alteramos o horário de comer e o de dormir a que estamos acostumados e a sequência habitual do dia e da noite", explica.
A diferença nas horas pode produzir mal-estar, ansiedade, dor de cabeça, fadiga, insônia, sonolência, irritabilidade e desordens estomacais. "Para algumas pessoas, a diferença de fuso horário de duas ou três horas é suficiente para sentir o cansaço da viagem, outras, precisam de uma mudança de mais de seis horas. Em geral, acima de três horas o jet lag já é sentido", acrescenta a consultora.
Acostumar-se ao novo horário leva tempo. A cada hora de diferença, o organismo precisa de cerca de um dia para se adaptar. Por exemplo, quem viaja a Londres pode levar quatro dias para se habituar às quatro horas de diferença de horário.
Veja algumas dicas para amenizar os efeitos do jet lag, segundo a especialista:
O travesseiro é fundamental para um bom sono. É ele quem nos ampara durante a noite, ajuda a alinhar a postura ao dormir, melhora a circulação sanguínea e facilita os estímulos elétricos enviados pelo cérebro aos demais órgãos do corpo. Portanto, leve-o junto com a bagagem, afinal, ele já está adaptado ao seu biotipo e postura ao dormir;
Se a viagem for de curta duração, de menos de cinco dias, o melhor é tentar manter, no destino, os horários de dormir e comer os mais próximos possíveis do seu dia a dia, para não estranhar na volta;
No caso de viagens mais longas, o ideal é tentar se habituar ao horário do destino nos dias anteriores ao do embarque. Se você for para um lugar de horário adiantado, se possível, tente dormir mais cedo para se aproximar ao horário do local em que vai checar;
Durante o próprio vôo é possível começar a adaptação, o que pode significar não aceitar a comida servida no avião. Caso a fome não permita a recusa, opte por alimentos leves e evite o álcool, café, refrigerantes a base de cola, chá preto ou chá mate, para que não haja distúrbios nos padrões de sono;
Procure dormir durante o vôo. Use máscaras para os olhos e tampões para os ouvidos. E, claro, lembre-se sempre de colocar o cinto de segurança, para evitar ser acordado pela tripulação em caso de turbulência;
As pernas e os pés podem inchar durante o vôo, devido a pessoa ficar muito tempo sentada. Para evitar que isto aconteça, levante e caminhe com certa regularidade ou, mesmo sentado, movimente a panturrilha e faça exercícios de rotação com os pés;
No local de destino, siga uma rotina de atividades e procure aproveitar a luz natural durante o dia. Isso irá acostumar o seu relógio biológico ao novo ambiente;
Durma em um quarto escuro, tranquilo e bem arejado. A luz prejudica os ciclos biológicos e a produção hormonal, já que, quando dormimos na claridade as produções de cortisol e melatonina são interrompidas, dando uma sensação de cansaço pela manhã;
Procure dormir a mesma quantidade de horas que dorme na sua cidade de origem, para que seu relógio biológico não fique ainda mais afetado.