Com um cenário cinematográfico, as Ruínas de São Miguel das Missões (RS) surpreendem pela suntuosidade que garantiu o título de conjunto arqueológico mais importante do Brasil e também de patrimônio cultural da humanidade, concedido pela Unesco. O conjunto, remanescente dos Sete Povos das Missões Jesuíticas na América, conta um pouco da história da Companhia de Jesus, que tinha os objetivos de doutrinar e catequizar a população indígena da região.
Integram o roteiro turístico local a Aldeia Guarani, o Museu das Missões, a Cruz Missioneira, a Fazenda da Laje, a Fonte Missioneira, o Ponto de Memória Missioneira e o Pórtico com escrita em guarani – CO YVY OGUERECO YARA, que significa "esta terra tem dono". O visitante pode aproveitar para conhecer outros atrativos da região como a Catedral Angelopolitana, de Santo Ângelo, e os Sítios Arqueológicos de São João Batista, São Lourenço e São Nicolau.
Durante o passeio é possível conhecer atrações dos vizinhos - Argentina e Paraguai - que, junto com o município gaúcho, integram o Circuito Internacional das Missões Jesuíticas. Uruguai e Bolívia também reúnem atrativos relacionados à colonização dos missionários da Companhia de Jesus e integram a Rota das Missões Jesuíticas. O roteiro já recebe 250 mil visitantes por ano. Na parte brasileira, a expectativa é triplicar o número de visitantes da região em dois anos, passando dos atuais 100 mil anuais para 300 mil.
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Está previsto, para este ano, outro produto turístico dentro do Caminho das Missões, inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. O roteiro integrado entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai é baseado no percurso feito pelos padres jesuítas na América do Sul. Todo o trajeto será feito a pé e poderá ser percorrido em aproximadamente um mês pelos turistas.
História
Uma curiosidade é que as missões eram compostas basicamente de igreja, colégio, oficinas, cemitério, cotiguaçu (casa grande das viúvas que, entre outras atribuições, cuidavam dos órfãos), e hospedaria. Em volta da missão, as casas dos nativos formavam a redução indígena.
Com as missões, os índios guarani tornaram-se artífices (metalúrgicos, tipógrafos, escultores, pintores, músicos e ceramistas). Com a expulsão dos jesuítas (1768), a região, que foi colônia espanhola, a partir de 1801 passou para o domínio de Portugal. A população local, que era de 4.492 indígenas no início da missão (1694), foi reduzida a 600 nativos na independência do Brasil (1822). A Guerra Cisplatina (1828) destruiu o que restava da civilização missioneira.