O mundo passa por constantes mudanças políticas, sociais e ecológicas. Em meio a tantas transformações, aquela viagem dos sonhos pode, algumas vezes, sofrer alterações ou até não ser mais possível. Pensando nisso, um buscador de viagens mundial organizou uma lista de 10 lugares para se visitar antes que acabem ou mudem.
Os Templos de Bagan, em Mianmar (antiga Birmânia), são conhecidos mundialmente pelos centenários pagodas budistas construídos entre os séculos 10 e 14. Passeios de balão que sobrevoam a área são comuns para apreciar ao máximo essa composição que une religião, história e natureza.
Infelizmente, em agosto de 2016, mais de 60 templos da região foram danificados por um terremoto de magnitude 6,8, que deixou três mortos no país e chegou a ser sentido na Tailândia.
Devido à idade dos pagodas e a localização geográfica do país (próximo as extremidades da placa tectônica indiana), os Templos de Bagan estão em vulnerabilidade e correm o risco de desmoronar ao longo dos anos.
A ilha caribenha, marco da Guerra Fria, é o único país ainda socialista do Ocidente. Desde 2016, uma série de medidas passaram a buscar a abertura econômica de Cuba, inclusive a retomada das relações com os EUA. As consequências do acordo já foram sentidas no turismo: em 2016, o país bateu o recorde de turistas com 4 milhões de visitantes, um crescimento de 13% em comparação a 2015.
Além de possíveis mudanças estruturais, estima-se um enorme crescimento dos investimentos em hotelaria para os próximos 20 anos, o que deve alterar o charme da ilha. Enquanto Havana é procurada pela importância histórica, Varadero, a apenas 2h da capital, desponta pelas praias paradisíacas.
O conjunto de ilhas é referência para um estilo de hotel que se multiplicou nos últimos anos: bangalôs sobre águas cristalinas. Mas o motivo de sua beleza e destaque turístico talvez também seja o seu fim. Entre as mais de mil ilhas, 80% delas estão apenas a 1m acima do nível do mar.
Devido ao aquecimento global e ao decorrente aumento do nível do mar, estima-se que as Maldivas possam desaparecer nos próximos 100 anos. Na mesma situação está Tuvalu, um estado da Polinésia formado por mais de 30 pequenas ilhas.
A baía de Ha Long é uma visão difícil de aceitar como verdadeira: são mais de 1.600 ilhas cobertas de vegetação e, a maioria, sem formações de praia. Há muitos anos já se percebe mudanças ecológicas na região devido às vilas de pescadores sobre as águas, à pesca em grandes proporções e, é claro, ao turismo.
Para barrar a deterioração desse patrimônio mundial da UNESCO, algumas medidas vêm sendo tomadas pelo governo vietnamita. Apesar de diminuir a quantidade de turistas e barcos admitidos por dia, moradores locais reclamam que pouco foi feito em relação ao transporte de carvão pela baía, um dos maiores poluidores das águas.
Enquanto isso, o governo estuda realocar esses moradores que, além de viverem no local há muitas gerações, fazem parte do patrimônio cultural de Ha Long Bay.
Uma das cidades mais românticas e turísticas do mundo corre risco de desaparecer. Construída ainda no século 10, Veneza vem afundando lentamente nas últimas décadas devido ao processo natural de deslizamento dos sedimentos da lagoa sobre a qual foi posicionada.
Essa situação, que não é grande novidade, tem sido agravada nos últimos anos em decorrência do aumento do nível do mar. Estima-se que, até o final do século 21, grande parte das ilhas que formam a cidade estará debaixo da água.
A cidade perdida dos Incas é uma das importantes relíquias desse enorme império pré-colombiano. O conjunto de construções, datados da segunda metade do século 14, apresenta praças, santuários, fontes, torres, tumbas, residências. Tudo em meio às montanhas verdes da cordilheira peruana.
Uma das 7 maravilhas do mundo moderno, o sítio arqueológico corre risco de desabar devido à localização geográfica (a 2.400m de altitude), à idade das construções e às décadas de turismo desregrado. Por isso, estipulou-se um limite de 2.500 visitantes por dia e todos cuidados devem ser tomados para não degradar ainda mais esse patrimônio mundial.
Localizada em 9 países da América do Sul, já faz tempo que a maior floresta tropical do mundo corre sérios perigos. Devido à economia substancialmente agrícola do Brasil, onde está sua maior extensão, milhares de quilômetros de mata têm sido desmatados para dar lugar a plantações e criação de gado – estima-se que 22.392 km² de floresta sejam perdidos por ano.
Por sua riquíssima fauna e flora, a floresta é um dos 10 lugares para visitar antes que sua diversidade acabe. Outro quesito importante ligado à preservação da Amazônia, é frear o genocídio do povo indígena. Entre os 180 povos que ainda vivem na região, a maioria não passa dos 1.000 representantes e um deles, a tribo Akuntsu, é formada por apenas quatro.
Muitos cientistas consideram a Grande Barreira de Corais o maior organismo vivo do planeta – são mais de 2.300 km de comprimento, visíveis até do espaço. As águas azuis cristalinas são moradia de milhares de espécies marinhas que se dividem entre os mais de 2900 recifes, 600 ilhas continentais e 300 atóis de coral.
Já faz anos que o governo australiano vem notando e tentando frear a deterioração do local e até mesmo turistas podem perceber a diferença: as cores intensas dos corais estão se apagando. Essas mudanças são decorrentes da elevação na temperatura e da poluição dos oceanos; alguns estudos apontam que a barreira pode deixar de existir nos próximos 100 anos.
Quem visita a capital pernambucana pela sua beleza e atrações culturais, ou como ponto de partida para as praias do litoral, pode nem perceber que Recife tornou-se um dos maiores centros urbanos do Brasil. A região metropolitana da cidade conta com quase 4 milhões de habitantes.
Se já não bastasse a enorme população e o crescimento urbano desorganizado, os rios que banham a cidade, Capibaribe e Beberibe, estão, há anos, sendo poluídos com esgoto e lixo. Tal situação é consequência do descaso público: parte significativa da população de Recife não possui saneamento básico.
Uma das mais impressionantes construções da história da humanidade, a Muralha da China começou a ser erguida em 200 a.c. durante a China Imperial. Além da erosão natural causada pelo vento, os quase 9 mil quilômetros de extensão tornam o monitoramento extremamente difícil, fazendo de seu maior atributo, uma dificuldade.
Sem a possibilidade de fiscalização intensa, o vandalismo e a venda ilegal de tijolos vêm ameaçando a estrutura da muralha. Pode parecer pouca coisa, mas é importante lembrar que mais de 10 milhões de pessoas visitam a muralha todo ano, então se cada um levar uma lembrancinha para casa...