O Bonde Viagem de hoje é uma dica para quem curte a natureza e não dispensa uma boa aventura. Se você se encaixa nesta categoria e mora no interior do Paraná ou São Paulo, a melhor pedida é descer ao seio das montanhas no "Parque das Cavernas", o Petar (sigla de Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira). Além da maior porção preservada de Mata Atlântica do País, com sua estupenda biodiversidade, o parque tem mais de 300 cavernas. Fica no extremo sul do Estado de São Paulo, a 320 quilômetros da capital, entre as cidades de Iporanga e Apiaí.
A fauna e a flora são de riqueza incomparável: há onças-pintadas, lontras, monos carvoeiros, palmitos-juçara. Mas o maior tesouro do Petar veio da topografia e das chuvas, que escavaram o terreno por milhares de anos. Além dos rios cristalinos, de fabulosas cachoeiras (mais de 20, com até 50 metros de altura, ótimas para esportes radicais como rapel e cascading) e dos altos mirantes, as águas formaram inúmeras cavernas calcárias e bordaram no interior de cada uma delas verdadeiros rendilhados de estalactites, cortinas, colunas e formas de pedra.
Uma delicadíssima natureza à parte vive nesse ambiente sem luz: o peixe bagre-cego, o grilo cavernícola e pequenos insetos e crustáceos. Para visitar esse estranho mundo subterrâneo é obrigatório contratar um guia cadastrado no Instituto Florestal, que administra o parque. Somente 12 cavernas estão abertas à visitação (entre elas a da Água Suja, com cachoeira subterrânea onde se faz rapel). Mas há normas: o horário de visita vai das 8 h às 17 h, o ingresso é pago e os equipamentos de segurança são obrigatórios (capacete, lanterna, calçado antiderrapante, etc). O lixo deve ser recolhido, não é permitido coletar sementes ou plantas nem retirar nada de cavernas, mesmo pedras soltas, pela delicadeza do ambiente, sensível até à fumaça dos cigarros.
Serviço: Petar
Informações e reservas: sede do Petar em Apiaí, Avenida Izidoro Alpheo Santiago, 364, CEP 18320-000; pelo telefone (15) 3552 18 75 ou (15) 3552 42 27 ou e-mail petar@iflorestal.sp.gov.br.
Como chegar: a partir de São Paulo ou Curitiba, pela Rodovia Régis Bittencourt, às vezes com mão única, o que exige cuidado. Da capital paulista há acesso também pela Rodovia Castelo Branco.
Onde ficar: o Petar tem quatro núcleos (áreas) de visitação. No mais central, Caboclos, há um bom camping, com sanitários e lavanderia. Nos de Santana, Casa da Pedra e Ouro Grosso, a melhor opção são as pousadas do Bairro da Serra (como a Quiririm), em Iporanga.