O calçadão permite admirar bem de perto o espetáculo das águas despencando de uma altura de 52 metros na piscina natural. Mas as Cataratas do Niagara cobram seu preço para permitir tal aproximação. Invariavelmente, o visitante recebe no rosto e na roupa a densa nuvem de respingos. Alguns minutos, só aqueles indispensáveis para assegurar boas fotos, são suficientes para ficar bastante molhado. Quem disse que vida de turista é fácil?
As Cataratas do Niagara ficam no estreito de 58 quilômetros que liga os Lagos Erie e Ontário, incorretamente chamado de rio. São mais impressionantes vistas desse calçadão na margem canadense, diante da queda em formato de ferradura, três vezes maior que a outra cachoeira, no lado oposto, território dos Estados Unidos.
O calçadão é, por si só, um espaço de lazer. Torna-se um misto de ciclovia e trajeto para caminhadas em dias quentes. No inverno, o passeio por ele é inevitavelmente rápido. As temperaturas já baixas ficam difíceis de suportar com o desconforto térmico agravado pelos respingos.
Sem problemas. A cidade de Niagara Falls, que aparenta ser pequena, mas tem 100 mil moradores, foi transformada ao longo dos anos em um grande centro de lazer. E até fez fama como destino de lua-de-mel.
Opções para ver as cataratas de outros ângulos, por exemplo, existem de sobra. Uma delas é sobrevoar o lugar. O passeio de helicóptero com duração de 10 minutos custa 118 dólares canadenses (R$ 219) por pessoa com a Niagara Helicopters. No fim, o turista pode comprar uma foto-mico dentro da aeronave ou dando tchauzinho diante dela. Esquema superprofissional, com direito a loja de souvenirs na saída.
A bem da verdade, as cachoeiras viraram uma espécie de bônus da natureza, um cenário bonito para emoldurar um competente parque de diversões. Com direito a mirante, a Skylon Tower - que tem até restaurante giratório e cinema e cuja entrada custa a partir de 10,79 dólares canadenses (ou R$ 20) por pessoa -, cassinos, parques aquático e temático, tours para ver a natureza da região, espetáculos à la Broadway...
Segundo o escritório de turismo local, os hotéis somam 14 mil quartos (outra opção é se hospedar em Toronto, a cerca de 1h30 dali, de trem). Há eventos especiais como a queima de fogos no Réveillon e o cuidado de não deixar mais apagadinho nenhum momento da estada do turista. À noite, as quedas d'água são iluminadas por luzes coloridas, o que deixa seu visual ainda mais incrível.
Vinho
Faça uma visita à vinícola Chateau des Charmes, em Niagara-on-the-Lake, outra cidade ali perto, para conhecer uma exclusividade do Canadá. O ice wine tem um processo superespecífico de produção que envolve colher uvas em alguns poucos dias por ano, com a temperatura entre 4 e 10 graus negativos.
O resultado é um vinho branco extremamente doce - e controverso (vendido a cerca de 45 dólares canadenses ou R$ 84 na loja da vinícola). O sommelier da vinícola recomenda uma dose pequena para acompanhar a sobremesa. Pelo sim, pelo não, a bebida só é produzida lá. E não se sabe por quanto tempo: o aquecimento global tem modificado o microclima de Niagara-on-the-Lake. Num futuro não muito distante, talvez não seja mais possível colher na cidade uvas para a fabricação do tal ice wine.