Modalidade que conjuga lazer, esporte, superação, técnicas de orientação na floresta e ecoturismo, as corridas de aventura ganham a cada dia novos adeptos no País. Mas como as provas de longa duração (de mais de sete horas de percurso) são um desafio para poucos e acabam se tornando um hobby caro para a maioria dos brasileiros devido aos equipamentos necessários, os promotores dos eventos têm oferecido opções mais acessíveis - tanto de percurso, quanto de custo. O objetivo com isso é atrair novos praticantes, entre eles mulheres, adolescentes e crianças.
A primeira iniciativa do Clube de Aventura de Londrina de abrir a modalidade para novos públicos foi extremamente bem-sucedida. Ontem, na 1 etapa do Circuito Pro Adventure Norte do Paraná de 2009, 110 novos praticantes eram ''marinheiros de primeira viagem'', ou seja, inscreveram-se na prova mais curta, de apenas 25 quilômetros de percurso, que tinha trekking, travessia de rio e mountain bike.
Destes 110 novatos, 85 eram jovens e adultos da categoria iniciante e 25 eram crianças que tiveram o primeiro contato com o esporte na categoria kids. Os 60 restantes, estes sim, eram atletas já experimentados na área, que percorreram aproximadamente 70 quilômetros na categoria aventura, que teve também, além das provas já citadas, orientação na mata, bóia-cross e rapel. A etapa foi realizada na região do Patrimônio Selva, zona sul de Londrina, e durou o dia inteiro. Os iniciantes tiveram em média três horas de desafio, enquanto os experientes largaram às 10 horas e alguns só terminaram no início da noite.
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A advogada Graziele Lima, 31 anos, e a agrônoma Lucimara Koga, 30, correram em dupla na categoria iniciantes, embora já tenham participado de provas anteriores, em Mauá da Serra, que tinham fundamentalmente trekking e canynonismo. ''Lá em Mauá, na Serra do Cadeado, competimos no inverno. Era um frio de rachar e tínhamos que enfrentar a água fria. Mas tudo compensou'', garante Graziele, que durante a semana não tem preguiça de fazer atividade física. ''Corro quase todos os dias em volta do Igapó 2 (em Londrina) e aos finais de semana fazemos uns passeios de bike, de 40 quilômetros em média, pela área rural'', relata a disposta advogada.
Sua amiga Lucimara já fez uma corrida de aventura mais exigente, que incluiu rapel e um longo percurso de orientação e mountain bike. ''São atividades que nos deixam mais próximas da natureza e onde a gente se sente muito bem e sai melhor ainda'', conta a agrônoma.
Já um quinteto formado todo por profissionais de Educação Física estava lá pela primeira vez. Quatro animadas e bonitas jovens, acompanhadas do técnico de judô e também professor Murilo Mendes, 30, todos de Londrina. E não era difícil concluir que eram ''calouras'' de tudo em corridas de aventura. Das quatro, três usavam tênis clarinhos de tecido (brancos e azuis), que voltariam para casa pretos de barro. São calçados que elas costumam usar no trabalho do dia-a-dia orientando aulas de ginástica em academias limpinhas e bem aparelhadas. Mas lá a história era completamente outra.
''O pessoal de apoio disse para nós que, com esse barro, vai ser difícil um iniciante concluir a prova por causa do percurso de bike. Se atolar, tem que carregar a bicicleta nas costas. Mas estamos aqui para o que der e vier'', garantiram as novatas. O grupo correria unido e era formado por Sandra Zago, 20, as irmãs Kamila, 24, e Érica Grandolfi, 27, e Alessandra Pereira, 22 - além é claro do judoca Murilo.