Gonorréia, blenorragia ou esquentamento é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST) muito frequente, que acomete principalmente a uretra. Causada pela bactéria 'Neisseria gonorrhoeae', é adquirida através de sexo vaginal, anal ou oral com pessoa contaminada.
Os sintomas se instalam de dois a 30 dias após o contato sexual suspeito e diferem no homem e na mulher. No homem, a infecção é bastante aparente, manifestando-se principalmente por secreção purulenta que se exterioriza pela uretra; dor e/ou ardência ao urinar e micção frequente. Cerca de 20% dos homens infectados não apresentam sintomas.
Nas mulheres, em cerca de metade dos casos não existe sintomas, ou estes são muito brandos e não chegam a ser percebidos. Os mais comuns são: corrimento vaginal, irritação da vulva e vagina, dor e/ou ardência ao urinar. Os sintomas iniciais da doença inflamatória pélvica são: dor no baixo ventre, febre, náuseas e vômitos e dor ao coito.
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No homem, se a infecção não for tratada, pode alastrar-se para a próstata, vesículas seminais e epidídimos, desenvolvendo complicações como estreitamento da uretra e esterilidade. Nas mulheres não tratadas, pode haver disseminação da infecção para o útero, trompas e ovários, causando doença inflamatória pélvica que pode determinar a infertilidade. Uma mulher contaminada, ao dar à luz, poderá transmitir a infecção ao bebê e este desenvolver oftalmite capaz de causar cegueira. A doença não tratada também poderá acometer áreas extra-genitais determinando inflamações no reto, faringe, articulações, coração, fígado e meninges.
O diagnóstico é comprovado pelo exame clínico e pela identificação da bactéria em testes de laboratório. O tratamento é realizado com antibióticos específicos.
A prevenção se faz pelo uso do preservativo (camisinha). Tomar banho ou pelo menos lavar os genitais com água e sabão e urinar imediatamente após o ato sexual, são sempre medidas adicionais de proteção.
Cálide Soares Gomes, urologista, professor titular da UFMA