Atualmente, a busca por um estilo de vida saudável tem se tornado objetivo de um número cada vez maior de pessoas. Para isso, o combate ao sedentarismo é uma das principais medidas a se tomar. Devido ao apelo incansável da mídia e das autoridades de saúde, sabemos que a prática regular de exercícios físicos (dentro dos limites de cada pessoa) fortalece o sistema cardiovascular e previne a maioria das doenças associadas: infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (''derrame''), insuficiência arterial periférica (diminuição da circulação sanguínea para os membros) etc.
Porém, não há, realmente, um impacto direto do sedentarismo na vida sexual de um indivíduo, seja homem ou mulher. Podemos, sem dificuldade, encontrar uma pessoa obesa e sedentária que esteja plenamente realizada no sexo. Por outro lado, vários estudos mostram que certos casais, após a adoção da atividade física rotineira e da perda de peso a níveis saudáveis, recuperaram o vigor e a satisfação sexual. E isso é facilmente comprovado na prática.
Abordando a questão do ponto de vista masculino, podemos encontrar algumas consequências da inatividade física. O pênis, um órgão essencialmente vascular, pode ter sua ereção comprometida em pacientes com quadro avançado de arterosclerose, que causa um estreitamento das artérias penianas e pode trazer problemas na relação sexual. Ora, um homem sedentário, comparado a outro indivíduo que pratica esportes rotineiramente, terá chance muito maior de desenvolver impotência sexual ao longo da vida.
Também temos que entender que o ato sexual não deixa de ser uma atividade física e que certo ''preparo'' pode ser necessário. Uma relação sexual pode consumir desde 200 calorias, num ato ''normal'', de 20 minutos, até 1 mil calorias, se o casal se empenhar numa ''agitada noite de amor''. Um homem ou mulher que apresente alguma alteração coronária, por exemplo, pode apresentar desde um quadro de falta de ar até mesmo um infarto do miocárdio, se exagerar na intensidade da atividade sexual. Portanto, praticar atividades físicas regulares, preocupar-se com uma alimentação correta e fazer exames médicos periódicos trazem benefícios não só para a vida íntima conjugal, mas também para o bem-estar físico e social de ambos os sexos.
Juliano Plastina é urologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia