A desenfreada busca por parceiros sexuais e a consequente alternância entre estas pessoas pode levar jovens e adultos a uma das situações menos esperada: a ejaculação precoce. A disfunção afeta aqueles homens preocupados em obter êxito no relacionamento com suas novas parceiras, mas que levados pela ansiedade do momento acabam por adquirir a disfunção sexual.
A indesejável falta de controle da ejaculação causa sofrimento tanto no homem quanto na sua parceira, pois a relação sexual acaba em segundos. Existem casos, porém, em que esta situação ocorre uma única vez, geralmente depois de o homem ter ficado sem ter relações por um período prolongado, o que é comum. Clinicamente só é diagnosticado um quadro de disfunção após seis meses instalada a ejaculação precoce intermitente ou constante.
Segundo a Dra. Carmita Abdo, psiquiatra, e fundadora e coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, a prevalência universal é de que 25 a 30% dos homens sofram deste mal, sendo que este índice se mantém estável em qualquer faixa etária. Naturalmente, o idoso é menos acometido por ter menos relações sexuais.
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Em geral, homens com pouca resistência ao estresse estão sujeitos a serem surpreendidos pela ejaculação precoce, principalmente aqueles que passam por alguma crise, como perda afetiva, dificuldades financeiras, conflitos no trabalho ou em casa. Uma vida exaustiva e a falta de um sono tranquilo também são fatores que podem estimular a disfunção, visto que um homem estressado e ansioso não consegue focar-se na relação ou desligar-se de aborrecimentos.
Estudos indicam que os casos em que a disfunção aparece desde o início da vida sexual estejam ligados a um distúrbio do metabolismo da serotonina, um composto orgânico encontrado em todo o corpo humano que desempenha o papel de neurotransmissor no cérebro. A falta desta substância pode resultar em uma carência de emoção racional, transtornos de humor, sentimentos de irritabilidade e baixa autoestima, crises de choro, alterações do sono e uma série de outros problemas emocionais. Os níveis de serotonina determinam se a pessoa está deprimida, propensa à violência, irritada, impulsiva ou gulosa.
Por outro lado, a serotonina apresenta um efeito inibidor sobre a liberação de hormônios sexuais e consequente diminuição da resposta sexual normal. Portanto, alguns antidepressivos que provocam seu aumento podem atrapalhar a atividade sexual.
Nem sempre o tratamento para ejaculação precoce necessita de medicamentos, pois muitas vezes o próprio homem consegue resolver readaptando sua vida, cuidando da sua saúde física e emocional ao ficar mais relaxado e controlar a ansiedade. A psicoterapia também é bem indicada e, com ela, o paciente é reeducado para mudar o padrão da ejaculação. No ProSex do Hospital das Clínicas de São Paulo é possível fazer o tratamento gratuitamente.