Qual é o pai ou mãe que não fica sem saber o que fazer quando seus pequenos começam a descobrir sua sexualidade? A curiosidade é uma reação inata da criança frente à descoberta do ambiente. Quando nascemos nossa percepção é toda sensorial.
Os primeiros contatos da mãe com o bebê no banho, na amamentação, a troca de carinho e de olhar propiciam momentos de puro prazer. Isso configura as primeiras sensações que servirão de base para edificar os vínculos amorosos e o despertar do desejo de aprendizado.
Aos três anos, a criança começa a conhecer e a pensar. Isso a leva a querer compreender como funciona o contexto do ambiente. Passa a perceber melhor o mundo à sua volta e começa a ter seus próprios interesses, como escolhas de suas roupas e entretenimentos. Nos primeios anos, os pais são os principais modelos de referência da criança. É o que chamamos de processo de identificação. São eles que irão determinar se uma dada ação da criança foi adequada ou não.
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Aos quatro anos, elas desenvolvem aspectos básicos de responsabilidade e de independência. É o início da idade escolar. Passam a ver diferenças entre pessoas do sexo masculino e feminino, tanto nos aspectos físicos quanto nos aspectos psicológicos.
Com cinco e seis anos, as crianças procuram resolver problemas de maneira certa ou errada, racional ou não. Ainda nessa mesma faixa etária, passam a buscar as razões, os porquês por trás de um problema ou de um fato. Tendem a observar os padrões de comportamento ensinados pela família e sociedade.
Nesse momento, a curiosidade de saber como elas vieram ao mundo e a diferença entre meninos e meninas começam a ser despertadas. A melhor maneira de o adulto receber e responder esses questionamentos é com clareza e simplicidade. Hoje podemos contar com o auxílio de vídeos e livros educativos que visam mostrar de maneira clara e simples assuntos que envolvem sexualidade.
Quando se pensa em educação sexual na infância, temos que pensar em desenvolvimento emocional, ou seja, deve ser levado em consideração o nível de maturidade e as necessidades emocionais da criança. A maneira como os pais responderão as curiosidades e dúvidas podem influenciar direta ou indiretamente no seu desenvolvimento e na prática sexual na vida adulta. É importante então evitar respostas falsas ou evasivas. Se a criança for atendida e respeitada pelos pais em seus questionamentos, ela estará mais preparada para adquirir equilíbrio emocional e usufruir de uma vida sexual saudável e segura na vida adulta.
A grande vantagem de se ter uma conversa aberta e verdadeira com os filhos sobre sexo é o aumento da intimidade e a afetividade entre eles. É importante também repetir a explicação sempre que necessário. E é claro, caso os pais ainda tenham dúvidas ou se sintam inseguros, eles podem procurar ajuda de especialistas que poderão auxiliá-los na introdução do tema para seus filhos.
Débora Trindade Lanna - psicóloga (Curitiba)