Atividade sexual é algo que proporciona prazer, mas deve estar inserida em um contexto. Sem dúvida alguma, os humanos descobriram que sexo é algo prazeroso. Este dado vem da experimentação. Sabe-se desde os tempos idos que sexo pode proporcionar prazer.
Os gregos e os romanos associavam sexo e apetite alimentar ao prazer e isso chegou até nós. Os chineses, mais holísticos, já se referiam de uma maneira mais relativa ao sexo. Para eles, sexo era prazeroso se não lhes consumia as energias vitais, caso contrário, era prejudicial. Portanto, temos como premissa descontextualizada que sexo é sinônimo de prazer.
Vamos fazer como os chineses, vamos contextualizar e quebrar os tabus: sexo é prazeroso se não lhe causa conflitos ou prejuízos. Para que seja prazeroso tem de ser praticado sem exigência e pressões, e para isso deve ser consequência de um bom entrosamento com a parceira(o), e consigo mesmo.
Fazer algo obrigado por algum padrão (a sociedade dita o comportamento sexual) ou pressionado para satisfazer o outro só gera conflitos, frustrações e sofrimento.
Já que nossa sociedade é preconceituosa com o sexo, eu diria que ele é fonte de conflitos e não prazer. Precisar de sexo para atingir o bem estar é uma ideia equivocada, baseada nas premissas mal contextualizadas que acabei de explicar. Sexo não traz felicidade. Sexo é a consequência dela.
A satisfação alcançada no ato sexual é diferente daquela que se pode alcançar com outras atividades cotidianas, como passeios, viagens, etc.? Se sim, por quê?
Posso lhe dizer que sexo seria compatível com o prazer de se alimentar. O apetite sexual funciona de uma maneira muito parecida com o apetite alimentar. O resto não é compatível.
Quem acha que só tem prazer com a relação sexual está muito mal posicionado diante de suas emoções. Todo o desequilíbrio é prejudicial. Uma pessoa que está voltada de maneira positiva aos prazeres da vida pode valorizar devidamente o prazer sexual.
Aquele que procura em uma só fonte o que toda uma vida pode proporcionar não está preparado para valorizar qualquer tipo de prazer, nem mesmo o sexual. Nada é suficiente para esta figura.
É comum ouvirmos que o sexo deixa a pessoa mais bem disposta. Isso é verdade sim. Quando ele é revigorante ele melhora o estado de ânimo, pois provoca a liberação de endorfinas. Ele ainda melhora a condição da pele com a liberação de estrogênio (que estimula o colágeno) e ocitocina, as condições prostáticas (homens que ejaculam 20 vezes ou mais por mês sofrem menos de problemas de próstata), melhora a imunidade (as defesas do organismo), o funcionamento intestinal, entre outras coisas.
João Luis Azevedo Borzino - terapeuta sexual (São Paulo)