A educação sexual não se resume à reprodução. Se fosse, poderíamos resolver isso de um modo mais simples; teríamos uma boa conversa com nossos filhos, ou indicaríamos um bom livro. Porém, são as nossas atitudes em relação a nós mesmos e ao sexo que determinarão a maneira como nossos filhos irão lidar com o sexo.
Nas últimas décadas, passamos por uma grande mudança: primeiro, o sexo era visto como algo pecaminoso e, atualmente, como fonte de recreação. A questão é que o sexo merece o seu devido lugar. Ele pode constituir tanto uma arma para controle e exploração, ou estar relacionado ao amor e à responsabilidade. Se usado indevidamente, destrói as relações humanas; se usado de maneira responsável, pode ser estimulante e enriquecedor.
A maneira como o jovem enfrenta seus desejos sexuais está ligada a todas as suas experiências de vida. Dessa forma, para que possamos ensinar atitudes positivas, devemos ter consciência das várias fontes que afetam a criança. Pesquisas indicam que o vigor do impulso sexual adulto e o desejo de procriar estão condicionados às experiências de carinhos e toques que recebemos no começo da vida, isto é, para dar amor, precisamos antes ter recebido.
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Todas as vezes que você acaricia, embala, sorri, dá banho ou alimenta o seu bebê, você está proporcionando a ele experiências de amor. Essas demonstrações influenciarão na sua capacidade de estabelecer intimidade. A ternura e o respeito pelo corpo e pelas necessidades do bebê são os primeiros contatos que ele tem com o amor e com a educação sexual.
Sempre que você proporciona encontros autênticos (confiança, amor, não-julgamento, empatia, individualidade), está ensinando que a intimidade psicológica e o envolvimento pessoal não devem ser temidos; você mostra que se abrir psicologicamente à uma pessoa importante na sua vida é estimulante e não perigoso.
Desta forma, está dando lições de amor, que são partes silenciosas da educação sexual. Por outro lado, a criança que tenta aproximar-se e é censurada, aprende que os contatos afetivos são arriscados demais. Ela provavelmente seguirá o caminho do sexo físico (prazer por prazer) e vai evitar ou ter grandes dificuldades em estabelecer relacionamentos verdadeiros.
Mitos e Verdades
- Mito: a intimidade física é um atalho para a intimidade psicológica
- Verdade: muitas pessoas acreditam nisso e acabam, na maioria das vezes, sofrendo decepções e se ferindo. O sexo, por si só, não elimina o sentimento de solidão e não supre a necessidade de ser amado
Gislene Regina Isquierdo, psicóloga clínica especialista em Psicoterapia Comportamental