Sexualidade

Quando o beijo é interpretado de forma diferente

01 fev 2010 às 19:31

Na era romana, os nobres mais influentes permitiam beijar-se nos lábios, enquanto que os outros deveriam beijar as mãos. Os gregos, até a metade do século IV antes de Cristo, permitiam beijos na boca entre pais e filhos, irmãos e amigos, como meio de saudação.

Foi a partir do Renascimento que o beijo perdeu sua função oficial e sagrada, passando a ter conotação erótica, sendo os cumprimentos limitados ao aperto de mão. Na Bíblia, o Cântico dos Cânticos já descrevia o erotismo do beijo dos apaixonados.


Em algumas sociedades africanas, mesmo nos dias atuais, o beijo é desconhecido, e em outras é considerado até mesmo repugnante. Em outras culturas, como a norte-americana, é comum as mães beijarem seus filhos nos lábios.


Os adolescentes de hoje fazem brincadeiras para saber quem beija mais em uma mesma noite, sem a necessidade nem mesmo de saber o nome do outro que se está beijando.


Há diferentes orgasmos na vida, um deles com o beijo na boca, porque esta é uma outra dimensão da entrega sexual. O beijo faz a percepção da ligação amorosa. Transar beijando, partilhar e dar-se ao outro. O olhar nos olhos antes do beijo e as sensações intensas que este proporciona modificam a intensidade do prazer.


Também a falta do beijo faz a percepção da perda de sentimento, do distanciamento, da falta de sensibilidade do outro. Beijo sem amor é diferente, artificial.


Mulheres que fazem do sexo profissão podem entregar-se de todas as formas sexuais, por todos os preços, mas sem beijo na boca. Beijos e orgasmos são dedicados a seu eleito, a alguém muito especial.


Existem riscos? Sim, se houver ferimentos labiais ou gengivais, que podem sangrar durante o beijo. É possível a transmissão de doenças como o herpes, a candidíase, bactérias que causam cáries, hepatite B e, raramente, sífilis. Não existe risco, por exemplo, de leucemia, que não é doença transmissível.


Mitos e Verdades


- Mito: beijar não transmite doenças
- Verdade: se a pessoa for portadora e apresentar lesões que sangram, o beijo pode transmitir doenças

Maurílio Jorge Maina, ginecologista e especialista em terapia sexual


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