Sexualidade

Preferências sexuais e a difícil vida a dois

14 out 2009 às 19:30

A insatisfação vivida no encontro íntimo, muitas vezes, pode ter suas raízes no desencontro das preferências sexuais individuais. Essa incompatibilidade de expectativas quanto à representação simbólica do momento erótico interfere na motivação sexual individual ou do casal, e nem sempre é dividida por aqueles que a enfrentam.

Desta forma, criam-se ''farpas'', que vão se acumulando e comprometem o potencial do relacionamento para um ajuste mais adequado de convivência erótica.


A expectativa de atribuir ao outro a responsabilidade de ter que adivinhar o que se deseja sexualmente acaba se constituindo em campo fértil para as decepções na vida íntima.


Em contrapartida, o fato de expressar o que se deseja nem sempre é bem recebido pelo outro, quando cada um fica defendendo a sua posição sem procurarem juntos uma saída alternativa para esse impasse.


O que se observa é que desde a diferença de ritmo sexual de cada um até as diferentes predileções por posições na atividade sexual - quando não acomodadas - podem representar uma barreira muito grande para desencadear, manter ou elevar a excitação.


O fato de um preferir transar pela manhã e o outro à noite, ou de um demonstrar mais motivação para o sexo que o outro, ou ainda, de um ter determinadas vontades sexuais e não perceber o mesmo no outro, caracteriza uma inadequação sexual na vida a dois provocada pelo desencontro das expectativas eróticas.


E os ajustes nessa área nem sempre ocorrem sem a participação ativa dos parceiros. Ou seja, é na comunicação e na iniciativa para se alcançar o que se deseja que os caminhos alternativos podem aparecer e satisfazer duas pessoas.


Críticas, cobranças e indiferença diante de uma insatisfação só promovem distanciamento e decepções na vida a dois. É na capacidade de flexibilização mútua que a criatividade pode ser exercida e contemplada com novas e gratificantes formas de aproximação íntima.

Margareth Reis, psicóloga clínica, terapeuta sexual e de casais no Instituto H. Ellis (SP)


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