Há o desejo sexual!... Esta fonte inesgotável de prazer, este vinho que quanto menos bebemos mais nos embriaga.
Os seres humanos são frutos do desejo e nascem desejantes e de tanto beberem desta fonte geram filhos que restabelecem antigos vínculos paternais primitivos. A mãe (e o seu peito nutridor) é todo o universo do bebê e toda a fonte de prazer. Para a mãe, ainda que a criança não seja todo o seu mundo nem a única fonte de gozo, com certeza é a coroa da realização máxima do ser mulher e a sua maior fonte de prazer (mais do que sexual). Se seguir cegamente seus instintos - certamente - o cônjuge será posto no banco de reservas ou mesmo atrás do gol, promovido a gandula.
Sempre gosto de lembrar que 'o casal engravidou' para que os dois compartilhem cada transformação do corpo feminino, cada movimento do bebê, os primeiros choros e caretas na sala de parto (no parto humanizado de cócoras estimulamos a presença do pai na sala de parto). O casal deve se preparar para vivenciar o triângulo amoroso desde a fecundação. Fraldas, choros e ninar devem ser compartilhados. Há uma nova pessoa em casa, as coisas nunca mais serão como antes, mas o sexo, já vivenciado com muito prazer durante a gestação, continuará sendo gozado plenamente após o parto. Algumas mulheres passam por um período de desejo baixo devido às alterações hormonais, as alterações da auto-imagem e aos cuidados nada afrodisíacos das fraldas, excreções, odores, etc. Por isso, a importância da ajuda paterna que alivia, descansa e conforta o corpo da mulher - mãe - amante.
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A recuperação do desejo é então tarefa fácil dentro de uma relação de parceria e intimidade, desde que a mulher se sinta desejada e amada como antes. Aos maridos, eu sugiro que continuem procurando suas esposas como namoradas, com atenção, ternura e erotismo pois, apesar da baixa motivação, após a partida a resposta sexual se desenvolverá normalmente e este sexo compartilhado com afeto (após a corte incansável) resultará rapidamente num desejo normal em poucas semanas. Não desistam mesmo que algumas esposas precisem 'pegar no tranco'. Voem juntos e degustem o mais precioso néctar divino.
Calvino Coutinho Fernandes, terapeuta sexual e ginecologista