Nos EUA há um pedófilo por milha quadrada. No Brasil o perigo também mora ao lado. Uma em cada três garotas e um em cada seis meninos terão contato sexual com um adulto e a maioria dos abusos é cometido por alguém que a família conhece. A idade mais comum de iniciar a exploração sexual é aos três anos.
Uma criança que sofre abuso não se recupera. Elas até se reprimem, aceitam, ajustam, tocam em frente, tentam erotizar o trauma para poder sobreviver, mas recuperação completa não ocorre.
Os agressores são incrivelmente eficazes na conquista de crianças. Os que usam a forca atacam como um leão faminto, não tendo como se justificar quando surpreendidos e, por isso, planejam cuidadosamente o modo de ação.
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Mas o pedófilo na maioria das vezes usa a técnica da serpente: hipnotiza a vítima, se aproxima lentamente e observa a reação até consumar o ato. Ele é muito persuasivo e tece cuidadosamente uma teia que envolve toda a família.
Assim como entre os animais, os pedófilos separam as criancas dos pais com muita inteligência por meio da sedução que visa conquistar a confiança de pais e filhos.
Os pais devem ficar atentos: fazer escolhas demoradas e muito cuidadosas quando forem incluir pessoas na vida de seus filhos e escolhas rápidas e radicais sobre quem excluir da vida deles.
O trauma que se resulta da falta de cuidado é muito mais grave. Não espere que o abusador seja um monstro ou algo diferente das pessoas com as quais encontra no seu dia a dia, procure confiar na sua intuição.
Calvino Coutinho Fernandes - terapeuta sexual (Londrina)