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Família

Partida dos filhos pode prejudicar relação do casal

Sexualidade - Folha de Londrina
19 jul 2011 às 18:36
- Divulgação
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Paixão, gestação, nascimento. Alegrias e temores. Compreensão do significado do amor maior, que independe de gratidão e retribuição. Filhos pequenos, trabalhos mil e noites insones, logo esquecidas.

A cada dia, lições ao vivo e a cores, de forma tal que nenhum tratado sobre o desenvolvimento humano consegue descrever. Ao comparar o antes e o depois da experiência da maternidade é impossível quantificar, quanto e como, melhora a compreensão dos fenômenos psíquicos da infância e da adolescência.
Inúmeros obstáculos precisam ser vencidos: motricidade, fala, socialização, colégios, vestibulares, graduação, primeiros trabalhos remunerados. Tudo lindo!

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A família acompanha, ajudando nas dificuldades e dividindo as alegrias. Até que, enfim, prontos para seguir a vida, fazem as próprias escolhas e partem para novos caminhos.

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Momento delicado. Emoções novas e perturbadoras. O jovem se depara com expectativas, sonhos e obstáculos, reais ou imaginários, a serem vencidos Cabe aos pais auxiliar o filho a lidar com as emoções, ao mesmo tempo conter e elaborar as suas próprias. É preciso suportar as dores do novo parto e cortar o cordão umbilical da dependência psicológica.

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Vão se as crianças, ficando a saudade do passado e as expectativas pelo futuro que há de vir Sensação de vazio. Se o luto pelo filho, não mais tão dependente, for bem administrado nascerá uma relação afetiva especial, permeada de trocas de experiências. O ciclo da vida recomeça: adultos jovens cheios de energia para aprimorar estudos e vivenciar desafios profissionais, escolher parceiros de vida e formar novas famílias.


Por mais que a dor da partida seja grande, é preciso entender que os pais bem fizeram a lição de casa - os filhos cresceram e precisam ganhar o próprio mundo.
No entanto, qualquer dia a qualquer hora, o ninho outrora tão vazio de repente fica repleto de emoções e calor: os filhos retornam trazendo genros, noras, netos. Então é possível brindar a vida, compartilhando o abraço carinhoso, fruto do amor vivido e aprendido.

Maria Elizabeth Barreto de Pinho Tavares - doutora em Psicologia Clínica (Londrina)


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