Sexualidade

Pais e escolas têm papel importante na orientação sexual

12 jul 2011 às 16:30

O indivíduo é um ser essencialmente subjetivo e único; resultado de toda a sua formação. Portanto, é importantíssimo que a família e a escola, em parceria, dediquem às crianças e aos adolescentes uma orientação sexual que lhes possibilite o entendimento das transformações que vão ou estão ocorrendo em seu corpo e transmitindo-lhe sensações - de uma forma natural e sem tabus.

Os comportamentos sexuais são aprendidos desde a infância. Uma criança falante e curiosa pode começar a mostrar interesse pelo sexo aos 2 ou 3 anos, mesmo sem o uso da palavra. A maioria o faz com 4 ou 5 anos de idade.


Por isso mesmo, a família e a escola desempenham um importante papel quando, por meio das informações corretas, garantem e protegem o desenvolvimento natural da sexualidade.


Paradoxalmente, mesmo com tanta modernidade, com ampla abertura dos temas sexuais em nossa sociedade, muitos pais têm dificuldades em abordar o tema ''sexualidade'' com os filhos; por uma questão de valores, preconceitos, tabus ou mesmo por vergonha.


O ser humano não nasce com tendências a se autoeducar. Precisa de normas, limites, delimitações de espaços, regras, modelos e exemplos a serem seguidos. Os adolescentes devem ser levados pelos pais e educadores a refletirem sobre a sexualidade, conhecerem suas possibilidades e limites; mas com dados reais e não sob pressão e medo.


A sexualidade sempre foi algo surpreendente para crianças e curioso para adolescentes: a percepção das diferenças no próprio corpo e no corpo do outro, a descoberta das carícias e da fonte incontestável de prazer que o sexo representa, despertam a sua atenção continuamente.


A ideia de que sexo ''não é conversa para crianças'' contribui ainda mais para aguçar a imaginação de cabecinhas ávidas por informações. Como as respostas não são conseguidas em casa, entram em ação os ''colegas sabe-tudo'' que, na maioria das vezes, sabem muito pouco e acabam deturpando fatos e informações; criando falsas verdades ou dúvidas ainda maiores.


No início, o que a criança quer saber é muito pouco. Não é preciso explicar detalhes, nem mentir, desconversar, ou brigar. Basta explicar o básico, na linguagem que ela puder entender. Ela tem estímulos de sobra em relação à sexualidade e a outros aspectos da vida. Assim como se ensina que ela deve atravessar a rua olhando para os lados, escovar os dentes, lidar com horários e dinheiro, ou aprender as cores, é fundamental que ela aprenda a entender seus sentimentos em geral; inclusive os da sexualidade.


O desconhecimento, o não dito, pode gerar fantasias e angústias. Então, nada de ficar colocando cegonhas e estrelinhas na conversa nem fugir do tema. O importante é o orientador abrir espaço para dúvidas e responder aquilo que é pereguntado. Existem livros e profissionais que podem orientar de uma maneira prática e tranquila a indispensável educação sexual.

Alessandro Vianna - psicoterapeuta


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