Qual é o maior temor do homem? Desempenho, desempenho e desempenho. Por mais jovem ou mais velho que seja todo homem preocupa-se com seu desempenho sexual na cama. Por mais que tenhamos ouvido falar, por mais que constatemos que as mulheres tomam iniciativas hoje no plano sexual, o homem ainda acha que é ele que tem que liderar e, caso a ereção ou seu desempenho não estejam a contento, sua masculinidade corre perigo.
Também hoje as mulheres sofrem desta pressão emocional por terem um ou mais orgasmos com 'O' maiúsculo. O que passa pela cabeça da mulher atualmente é que se não atingir um clímax alucinante quase o tempo todo da relação significa que algo está errado.
A imagem corporal é outro aspecto da ansiedade do desempenho, da qual poucas mulheres escapam. Preocupam-se com celulites, estrias, seios caídos e uma imensa quantidade de imperfeições secundárias. Sem dúvida, a beleza física é um forte atrativo sexual; mas este fato não pode atrapalhar o seu relacionamento. A paranóia de ter ou ser um padrão de beleza ideal faz com que as pessoas enxerguem apenas imperfeições, e com isso, acabem com sua auto-estima abalada. Ficam inibidas e desestimuladas a ter um relacionamento sexual com o parceiro. Estamos nos tornando reféns de mitos perigosos como o do corpo perfeito, como se este fosse o único caminho para conquistar e seduzir o sexo oposto e obter prazer.
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Os terapeutas denominam tal comportamento de 'ser espectador de si mesmo', e isto afeta muito a resposta sexual masculina e feminina. O homem e a mulher que se mostram ansiosos em relação ao desempenho, primeiro precisam ter consciência de todo o seu potencial de erotização e deixar de lado o 'eu crítico', ansioso, espectador de si mesmo e sentir o seu corpo reagir pela sua excitação e a da parceria.
O relaxamento com banhos quentes, duchas, massagens são muito recomendáveis. O antes do antes, ou seja, exercitar uma qualidade de vida fora da cama auxilia muito a resposta sexual e melhora a auto-estima diminuindo a ansiedade. O esporte e uma alimentação saudável têm papel importante nesta mudança para melhor. Stress, desemprego, vida sedentária, tabagismo, alcoolismo, pressão no trabalho, relações superficiais, nas quais é esquecido o jogo da sedução, que prepara o corpo para o ato sexual, são alguns dos grandes inimigos de uma boa performance sexual na cama. A eles se somam doenças como diabetes, cardiopatias, pressão alta. Isso sem falar em parcerias mais críticas e exigentes.
Além do corpo, a conscientização da importância das sensações de prazer, do sentir o desejo fluir, da excitação presente fora da área genital são necessários para a resposta sexual surgir espontaneamente. Tudo seria melhor se o brasileiro deixasse de se preocupar com seu desempenho e pensasse mais no prazer, em curtir sua companheira. É preciso ocorrer uma mudança de comportamento.
Não devemos cobrar de nossos parceiros sexuais o prazer e sim dar oportunidade a eles de mostrar como gostam, como querem ser amados e como querem dar prazer. A cobrança inibe e limita as ações. O carinho, o beijo e o ato sexual podem ser mudados e devem ter mudanças contínuas. Esta é a própria dinâmica da vida.
Celso Marzano, urologista e terapeuta sexual para o site: www.sitemedico.com.br