Nos últimos anos, temos notado um aumento no número de publicações que dão como certo o fim da instituição casamento. Alguns chegam a ser extremamente pessimistas quando falam sobre o tema.
Não há como negar que o casamento vem passando por transformações. Mas o que às vezes as pessoas não se lembram é de que desde a idade da pedra essas transformações vêm acontecendo.
Antes da Revolução Industrial, muitos casamentos eram impostos pelos pais dos noivos. Depois, com mais liberdade, começaram a acontecer os casamentos românticos.
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Na década de 50, as propagandas nas revistas, jornais e rádios idealizavam a mulher de uma forma muito diferente do que vemos hoje. Naquela época, o ideal de mulher era a ''Amélia'', que ficava cuidando da casa e aguardando a chegada do marido, o provedor. A felicidade sexual da mulher ficava em segundo ou terceiro plano.
Com a revolução ocorrida nos anos 60 e 70 e a disseminação da pílula anticoncepcional, a mulher passou a ocupar mais espaço na sociedade e hoje disputa o mercado de trabalho com os homens de igual para igual.
Esta mudança também se reflete no casamento. As mulheres querem ser felizes em todos os sentidos. Não querem apenas um provedor, até porque a maioria não depende do homem para sustentá-las. Querem um companheiro.
É por isso que é preciso ter cuidado com fórmulas mágicas que vez ou outra aparecem publicadas em livros, revistas ou jornais, pois são, geralmente, o pensamento unilateral de quem escreveu ou que está passando por uma situação semelhante.
Para quem gosta de rótulos, já tivemos a geração ''flower power'', que pregava o amor livre; depois houve a fase da amizade colorida e a dos casamentos abertos.
É preciso ficar atento aos modismos nos relacionamentos e se perguntar: isso serve para mim? Esse tipo de relacionamento é o que eu considero mais saudável?
Todo relacionamento funciona como uma espécie de construção que não tem prazo para acabar. As relações precisam estar sempre sendo construídas, revigoradas e amadurecidas. É óbvio que não é fácil, mas é possível. E se o relacionamento vale a pena, por que não tentar?
*Márcio Dantas de Menezes - médico, palestrante e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual