Podemos considerar o caso principalmente sob três aspectos: inicialmente a possibilidade de ocorrer a gravidez. A chance de gravidez espontânea entre as mulheres de 40 a 44 anos está em torno de 10%, enquanto que dos 45 aos 49 anos a probabilidade cai para 2%.
O segundo aspecto: a reversão da ligadura tubária apresenta variantes que podem trazer resultados não satisfatórios, como, por exemplo, o local da laqueadura, presença de aderências e principalmente o tempo em que foi realizada. A obtenção da gravidez espontânea por meio da reversão não é 100% mesmo em mulheres mais jovens sem dificuldades técnicas ou longo tempo de ligadura.
O terceiro aspecto: quando consideramos a idade (acima dos 45 anos), que apresenta baixa possibilidade de gravidez natural (2%), somada à baixa taxa de bons resultados da reversão da laqueadura tubária, como neste caso, temos uma indicação equivocada de tentar uma gravidez natural por meio da reversão.
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Tal procedimento deve ser substituído pela fertilização assistida, em que os métodos não são invasivos e os resultados e possibilidades são mais favoráveis.
Nesta eventualidade, o casal vai precisar de uma doadora de óvulos, que serão fertilizados com os espermatozóides do marido, e os embriões transferidos para a mulher receptora. Em tais procedimentos, a mulher doadora deve estar em tratamento de infertilidade e ter realizado todos os exames de rotina indicados. Doadora e receptora não se conhecerão.
Este procedimento tem chances reais de gravidez, é quase nada invasivo, sem cirurgias e de curta duração.
Osmar Henriques, médico especialista em reprodução humana