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Sexo e Comportamento

Maturidade da relação a dois está ligada à vida sexual

Saúde - Folha de Londrina
25 nov 2010 às 16:51
- Arquivo Bonde
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Todos viemos de uma relação de um homem e uma mulher. Por isso, na relação de casal, estamos mais conectados com aquilo que leva o mundo adiante e o dirige. O que mantém a relação a dois coesa é a consumação sexual do amor. Ela nos conecta com essa força, por isso também é algo espiritual. A relação de casal é o que mais nos molda. Nela renunciamos passo a passo a nossas ilusões. E esta ligação é alcançada concordando com as diferenças como elas são, despedindo-se da ideia de uma coisa ser certa, e outra pior ou errada.

Nós nos desenvolvemos à medida que reconhecemos que aquilo que a princípio consideramos adverso é diferente, porém possui o mesmo valor. O homem é diferente da mulher e vice-versa. Os dois necessitam reconhecer que são incompletos. Eles se tornam completos por meio da relação de casal, ao reconhecerem que o outro, apesar de diferente, possui o mesmo valor e está a mesma altura. Neste momento os dois se tornam humildes, reconhecendo os seus limites, podendo se unir a uma totalidade maior e vivenciar o relacionamento como algo completo.

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O amor entre parceiros exige a renúncia ao nosso primeiro e mais profundo amor: o amor por nossos pais. Somente depois que o apego do menino à mãe se resolve, pode ele dar-se plenamente à parceira e ingressar na masculinidade. Também o apego da menina ao pai deve resolver-se antes de sua entrega ao parceiro e sua transformação em mulher. A união bem-sucedida exige o sacrifício e a substituição de nossos antigos vínculos com os pais.

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O menino viveu sua infância dentro da esfera de influência da mãe. Se continuar ali, esta influência permeará sua mente e ele privilegiará o feminino. Sob o domínio da mãe, poderá tornar-se um grande sedutor e amante, mas jamais será um homem que aprecie e respeite as mulheres ou mantenha um relacionamento afetivo duradouro. Também não será um pai forte e dedicado. Ele deve renunciar ao primeiro amor de sua vida, a mãe, passando para à esfera de influência do pai.

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Na nossa cultura, os rituais que antes sustentavam esse processo de passagem da mãe para o pai desapareceram. Assim, passar da esfera da mãe para o pai costuma ser um passo doloroso e difícil. Mesmo o serviço militar, que poderia ajudar o menino a deixar de ser o típico ''filhinho da mamãe'' deixou de ser viável para muitos jovens.


A menina também ingressa na vida sob a influência da mãe, mas chega um momento na infância que o pai a fascina, e se tudo vai bem, ela consegue a arte de atrair os homens na firme segurança do amor paterno. Se permanecer na esfera de influência paterna, passa a ser a ''garotinha do papai''. Pode amar alguém, mas não alcança a maturidade. Tem dificuldades para se relacionar em igualdade de condições com um parceiro, tem a sensação de ser superior, a mais poderosa da relação, e também pode não conseguir ser uma mãe generosa e dedicada. Ela não admira muito o companheiro. Pode, inconscientemente, oprimir o homem para sentir-se segura. Mas ao mesmo tempo fica infeliz por não admirar o parceiro. Para tornar-se mulher, a menina precisa ''abandonar'' internamente o primeiro homem de sua vida, o pai, e reaproximar-se de sua mãe.

Margareth Alves, psicóloga e terapeuta familiar


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