No Brasil, as mudanças do mercado de trabalho vieram na década de 70. O homem enfrentou séria dificuldade em suprir sozinho as inesgotáveis demandas de uma família em transformação. A mulher então saiu de casa em busca do seu próprio dinheiro. Ela precisava ajudar seu companheiro a complementar o orçamento da nova família consumidora. Hoje o verbo 'ajudar', no contexto familiar, já assumiu outras conotações. Tanto o homem quanto a mulher já produzem sozinhos a renda que é minimamente necessária para liderar uma casa. O dinheiro da mulher brasileira está garantindo a independência financeira do homem, garante o IBGE.
Neste momento, que ainda é de transição, a mulher precisa estar atenta para as suas próprias vulnerabilidades. Quando viajamos de avião, a aeromoça nos orienta a colocar a máscara de oxigênio primeiro em nós mesmos e depois no outro. Isso precisa ser colocado em prática na vida.
A mulher está sempre pensando em cuidar do outro, seja do marido, dos filhos, colocando-se em último lugar; ou está em primeiro lugar em todos os aspectos e não tem mais disponibilidade para estar com o outro. São as mulheres que têm um alto grau de exigência, e esta postura hostiliza e afasta os homens. Como consequência, elas obtêm sucesso no trabalho, mas não conseguem ser felizes nas relações amorosas.
Quando existe uma mudança, é natural que as pessoas passem de um extremo ao outro, até que possam, com os aprendizados, conseguirem encontrar um equilíbrio. É preciso acreditar que é possível conciliar o esforço das mulheres para obterem êxito em seu trabalho com o desejo de também serem felizes no amor.
Margareth Alves, psicóloga e terapeuta familiar