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Andropausa

Homens também fazem reposição hormonal?

Sexo & Comportamento - Folha de Londrina
29 set 2010 às 16:59
- Reprodução
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É bastante conhecido que à medida que o homem envelhece ocorrem várias alterações em sua homeostase hormonal. A produção de testosterona total e livre diminuem, sendo que 20% dos homens saudáveis entre 60 e 80 anos apresentam testosterona total abaixo do normal. Além disto, em todos os homens ocorre aumento da globulina de transporte dos andrógenos (SHBG) e consequentemente diminuição da testosterona bio-disponível, além da diminuição significativa da dehidroepiandrosterona (DHEA) e de sua forma sulfato (DHEAS).

Ainda no homem mais velho existe perda do ritmo circadiano da produção de testosterona, a resposta testicular ao estímulo da gonadotrofina coriônica está diminuída, assim como a amplitude dos pulsos de LH; a secreção do hormônio do crescimento diminui 14% por década após a puberdade e, finalmente, ocorre redução da produção de melatonina.

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Muitos autores chamam esta fase da vida do homem de andropausa, androclise, deficiência androgênica do envelhecimento masculino ou deficiência endócrina do envelhecimento masculino e comparam-na à menopausa, que tem repercussões clínicas muito evidentes na mulher.

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Quando por alguma razão existe parada da função testicular, aparecem algumas manifestações clínicas evidentes, como diminuição da libido, disfunção erétil, infertilidade e irritabilidade, entre outras. Entretanto, a andropausa não se caracteriza como uma entidade clínica marcante. A grande maioria dos homens, embora tenham níveis de testosterona menores do que na juventude, continuam com esta produção dentro da faixa da normalidade.

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A andropausa teria início lento e insidioso, onde ocorreria diminuição da libido e qualidade das ereções, principalmente noturnas; alterações de humor com diminuição concomitante da atividade intelectual, orientação espacial, fadiga, depressão e raiva, além de diminuição da massa corpórea com decréscimo associado da massa e força muscular, diminuição da densidade mineral óssea, resultando em osteoporose, perda de pêlos e alterações de pele e aumento da gordura visceral. Porém, alguns dados falam contra a existência de um declínio hormonal significativo como o que ocorre na mulher e que esta situação hormonal seria responsável exclusiva pelos sintomas descritos.


Outros possíveis fatores causais são comuns no homem mais velho e poderiam ser considerados como fatores etiológicos para estes sinais e sintomas, entre eles o stress, depressão, doenças, má nutrição, obesidade, medicamentos, drogas, falta de parceria sexual, etc. Além disto a grande maioria dos homens idosos continuam férteis, o que fala contra um desequilíbrio hormonal (cerca de 90% dos homens com mais de 50 anos tem espermatogênese preservada à biópsia testicular).

Sidney Glina, coordenador da Unidade de Reprodução Humana do Hospital Israelita Albert Einstein e chefe da Clínica Urológica do Hospital Ipiranga


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