Nos homens, ao contrário das mulheres, não há pausa na produção hormonal, que ocorre nas mulheres, devido a um processo fisiológico que envolve a queda abrupta, quase completa dos níveis hormonais produzidos pelos ovários, ocasionando a menopausa. Já a queda hormonal masculina (testosterona) atinge apenas parte dos homens e geralmente ocorre de forma lenta e parcial.
A partir dos 40 anos, os homens perdem anualmente 1,2% da testosterona chamada ''livre'' e mantêm estáveis até 50 ou 55 anos os níveis de testosterona total, quando começam a diminuir em torno de 0,4% a 0,85% anualmente.
Existem várias formas de fazer a reposição hormonal. No Brasil, a terapia habitualmente mais utilizada é de injeções - intramuscular de enantato, cipionato, propionato e undecanoato de testosterona (esta mais recentemente lançada no mercado) -, sendo que as doses e os intervalos de aplicação variam de acordo com a formulação utilizada.
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As formas injetáveis propiciam melhor absorção, maior intervalo entre as doses, custo acessível e comprovada eficácia clínica. Existem preparados para uso oral, porém são muito tóxicos para o fígado (risco de câncer), além da forma em gel para aplicação via transdérmica e, nesse caso, existem dois tipos de adesivos no mercado internacional: um de aplicação na pele escrotal e outro para se usar fora dessa área. O inconveniente é que causam irritação na pele, o que em países com clima tropical se acentua.
As pesquisas e o desenvolvimento tecnológico apontam para substâncias cada vez mais parecidas, senão idênticas às produzidas pelo próprio organismo, buscando reproduzir o mais próximo possível o ciclo circadiano natural da secreção hormonal.
Devemos ressaltar, no entanto, que, infelizmente, ocorre em uma porcentagem de jovens o uso abusivo de andrógenos (testosterona), com o objetivo de obter efeitos anabolizantes, ou seja, ganho de massa e força muscular, estando relacionado a complicações, além de estimular o uso ilícito e sem indicação médica, que segundo consenso da Sociedade Brasileira de Urologia, já é um problema de saúde pública.
Nicola Mortati Neto, membro-titular da Sociedade Brasileira de Urologia