É cada vez maior o interesse dos médicos em diagnosticar e tratar as deficiências hormonais que afetam os indivíduos mais idosos. Isto talvez se justifique pelo fato do aumento da expectativa de vida e uma procura de longevidade com qualidade.
Estudos mostram que entre 5% e 20% dos homens com idade superior a 50 anos poderão apresentar algum grau de deficiência androgênica (alteração hormonal) relacionada ao avanço da idade. Mesmo assim, admite-se que a reposição hormonal masculina ainda está sujeita a controvérsias. Questiona-se desde a real existência do problema até a necessidade completa da reposição hormonal.
Os principais sintomas e sinais manifestados nos homens, embora sutis, podem ser: diminuição da libido (desejo sexual), alterações do humor, sensação de cansaço e desânimo, disfunção erétil, irritabilidade, depressão, distúrbios de sono, déficit de atenção e de memória, diminuição da massa muscular, aumento da gordura visceral, obesidade (principalmente abdominal), osteoporose, tendência a anemia, queda de pêlos e alteração da textura da pele, que podem ser confundidos com o processo normal do envelhecimento.
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A terapia de reposição hormonal masculina com testosterona demonstra efeitos benéficos significativos em pacientes que apresentam manifestações clínicas da deficiência androgênica e níveis subnormais da testosterona dosados laboratorialmente. As indicações devem ser criteriosamente pré-estudadas e dosadas cuidadosamente para cada paciente.
Os principais benefícios da reposição são: aumento da libido e possibilidade de ereção, melhora das sensações de cansaço e desânimo, melhora do humor e sono, redução da obesidade visceral, ganho de massa muscular, melhora da capacidade cognitiva e memória.
Acredita-se que quando a terapia de reposição hormonal é realizada com a correta e precisa indicação médica, os riscos são ultrapassados de longe pelos benefícios.
Nicola Mortati Neto, membro-titular da Sociedade Brasileira de Urologia