Segundo o Google, o inventor da calcinha foi um ginecologista inglês, em 1859, que recomendava a suas pacientes usar calções sob os vestidos. A evolução desta peça íntima e sua disseminação pelos continentes teve o aval da religião, na época, imbuida em esconder e reprimir o sexo.
Imagine uma delas, tipo cuecão, em tecido grosso de algodão cru, folgada no corpo, amarrada na cintura por um cordão. Era fonte de fantasia sexual da época, provocando a imaginação de como seria a donzela, sem ela.
Nos dias atuais, a calcinha em si é um objeto de excitação. A sua beleza, cortes, cores, texturas, transparências e rendas desenham e intensificam a sensualidade feminina. Há modelos que escondem a sensualidade, com ares de adolescente, em malha de tons neutros. Outras são eróticas discretas, tipo fio dental, ou complexas, de cinta-calça a vibrador com controle-remoto.
A modernidade tem suas particularidades, como o uso generalizado da calça comprida, que limitou a oportunidade de ver as pernas e, se possível, a cor de uma calcinha. Resta vê-las expostas no ''cofrinho'', nas calças de cós baixo. É simples para os adolescentes de hoje, que usam os celulares para fotografar e pôr na internet suas conquistas saias a dentro. Até os sutiãs mudaram e raramente mostram mamilos arrepiados pelo frio ou pela excitação.
A intensidade e o poder de excitação desta peça íntima pode ser avaliado até pela sua ausência - é só alguém lhe sussurrar no ouvido que está sem calcinha. Elas o fazem por conforto, provocação, erotização e até por moda.
Para as mulheres, é muito mais que sedução, que expressar seus desejos, se erotizar. É o controle da fertilidade e do ciclo menstrual (pode menstruar ou não), a contestação de um hábito, é ser livre para sentir e decidir sobre o seu corpo quando e como desejar.
Mito - ''Tire a mão daí que é sujo, vai pôr calcinha, feche as pernas''
Verdade - essa tirania de mães, de geração a geração, causa disfunção e desprazer
Maurílio Jorge Maina, ginecologista e especialista em terapia sexual