Sexualidade

Estresse influencia no desejo sexual?

30 nov 2009 às 19:17

Estamos vivendo, na atualidade, uma verdadeira epopéia, em que não temos mais tempo para nada, não sobrando disposição nem para o sexo. Esta vida agitada nos coloca em estado de alerta constante, com liberações excessivas de catecolaminas e cortisol, produzindo estados de estresse crônico, que após dois anos consecutivos pode incidir no sistema imunológico, favorecendo o surgimento de doenças.

Freud, em seus textos, deixou claro que a energia psíquica que usamos para o trabalho, lazer e sexo é a mesma, e que se houver má distribuição desta, alguma área da vida será prejudicada.


Em pesquisas feitas nos últimos anos foi detectado que pessoas que trabalham compulsivamente, muitas vezes, perdem o desejo sexual, não conseguem relaxar, apresentando mau humor, impaciência, cinismo frente à vida, podendo apresentar um quadro de síndrome de Burnout, que se não for tratado, pode levar ao suicídio.


Também em pessoas desempregadas, com baixa estima, descrença em si mesmos, vivendo uma situação de distress (estresse ruim), o desejo sexual acaba sendo prejudicado. Mas não só o desejo sexual é prejudicado - pois este é consequência de um bom relacionamento afetivo consigo mesmo e com a outra pessoa - e sim a capacidade de se relacionar com a vida.


Diante destas situações extremas que as pessoas vivem atualmente, seja por excesso ou por falta de trabalho, com salários baixos mesmo trabalhando muito, a qualidade de vida fica prejudicada, a depressão instala-se e o corpo fica fragilizado.


É preciso investir mais no ser humano, pois o maior objetivo que devemos ter na vida é o de viver bem. A vida é uma dádiva divina e tem sido desperdiçada, ultrajada, diante dos desmandos que ocorrem em nosso país e também no planeta.


Mitos e Verdades


- Mito: o desejo sexual não é influenciado pelo estresse do dia-a-dia.


- Verdade: precisamos equilibrar nossa energia psíquica, investindo-a adequadamente para trabalharmos e amarmos de uma forma saudável.

Denise Hernandes Tinoco, mestre e doutora em Psicologia Clínica e psicoterapeuta de abordagem psicanalítica


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