O ciúme de um dos cônjuges pode estar embasado numa crença, verdadeira ou falsa, de infidelidade conjugal. Estudos mostram que na maioria das vezes o ciúme e a autoestima seguem juntos. Uma vez que a pessoa ciumenta sente-se desvalorizada, ela pode tentar reduzir a autoestima de seu parceiro e tentar forçá-lo a sacrificar a autoconfiança para nivelar o casamento.
O ciúme pode ser uma emoção normal e adequada, quando aproxima o casal, no caso de expressar cuidado e proteção. Se, porém, é expresso como raiva na tentativa de castigar, é inadequado e produzirá distância, em vez de proximidade. O ciúme, diante de uma ameaça real ou imaginária, poderá brotar, por conter um elemento de dependência e medo de abandono.
A pessoa ciumenta pode sentir-se ameaçada diante de uma amizade ou diante de um caso já encerrado, do mesmo modo que diante de uma situação em que uma das pessoas sente-se parte de um casal e a outra não. Nos casamentos com baixos níveis de intimidade, um dos parceiros sente necessidade de estar sempre espionando e testando o outro.
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O ciúme denota uma desvalorização de si mesmo, uma baixa estima, fazendo com que o ciumento focalize sua atenção em tudo que confirme suas crenças. O ciumento acredita que não é valorizado e está sendo enganado pelo parceiro, com isso sente raiva e tristeza imaginando sempre que o pior está para acontecer ou já aconteceu, e suas ideias o conduzem a buscar todas as evidências que confirmem o que pensa. Ele procura tudo que comprove a infidelidade do parceiro, afastando-o e criando um círculo vicioso, fazendo com que o afastamento do outro confirme sua crença inicial.
O ciúme pode externar-se por muitas formas de emoções como a ira, humilhação, ansiedade, tristeza, ódio, decepção, vergonha, medo, insegurança, depressão, culpa e desejo de vingança. O portador desse ciúme geralmente usa como defesa um comportamento impulsivo, egoísta e agressivo, que pautado numa crença muitas vezes infundada, manifestado sob forma de agressões verbais e até mesmo físicas, possibilita a destruição do vínculo conjugal. A melhor maneira para amenizar o ciúme é reafirmar os laços da parceria e readquirir a confiança em si mesmo e no outro. É possível o tratamento através de terapia e de apoio afetivo da família.
Edi Anita Cordeiro Henriques - terapeuta de casal e família (Londrina)