O trabalho de educação sexual é um processo que começa antes mesmo do nascimento da criança e prossegue por toda a vida. Segundo Cláudia Ribeiro(1), ''as crianças, desde a tenra idade, fazem inúmeras perguntas relacionadas a sexo; muitas vezes, bem mais do que outros grupos de mais idade. São perguntas básicas para o desejo de saber e, se ocultadas, podem inibir o ímpeto da busca do conhecimento. Aquilo que impele a criança a voltar-se para o problema de suas origens, a curiosidade, a pulsão de saber, está relacionado com as indagações mais fundamentais do ser humano''.
No entanto, sabemos que a educação sexual ainda hoje é um tema bastante polêmico, principalmente nas séries iniciais escolares. O assunto, para muitos, estimula precocemente a sexualidade de crianças e adolescentes.
Mas o que precisa ficar claro para a criança é que a manifestação de sua sexualidade é algo natural e espontâneo. As crianças são seres sexuados, e além de manifestarem sua sexualidade, desenvolvem as próprias teorias sexuais.
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Desta forma, a educação sexual faz parte do desenvolvimento integral da criança, e é também uma forma de estabelecer, assim, maior contato com elas, no conhecimento de seu próprio corpo e o do outro, e até na descoberta dos prazeres.
A família é uma referência importante, pois a criança não está dentro dela, mas faz parte dela. E quando me refiro à família, estão incluídos todos aqueles que convivem e dividem o mesmo espaço numa casa e que têm afinidade, seja por laços de parentesco ou não.
Já a escola será um elo, que promoverá reflexões à luz do tema sexualidade, partindo das indagações das crianças. Por isso, o papel do educador é de fundamental importância, pois será ele quem conduzirá o trabalho e fará toda a diferença neste processo de desenvolvimento e ensino-aprendizagem da criança.
Mitos e Verdades
- Mito: achar que não se deve trabalhar a educação sexual com crianças.
- Verdade: muitos pais ainda impedem o trabalho de educação sexual nas escolas.
(1)RIBEIRO, Cláudia. A fala da criança sobre sexualidade humana: o dito, o explícito e o oculto. Campinas, Mercado de Letras, 1996.
Ricardo Desidério da Silva, professor mestrando e educador sexual