Aproximadamente 75% dos pacientes que têm algum tipo de cardiopatia apresentam disfunção sexual. A maioria dos casos se deve a disfunção erétil (dificuldade de ereção).
Este número elevado é pela a doenca em si, uso de várias medicações e pelas condições psicológicas adversas (medo de reinfarto, morte súbita e angina, pressão alta, arritmia).
Inicialmente, vamos ver o que acontece no coração durante um ato sexual normal. O período de maior consumo de oxigênio pelo coração é no momento do orgasmo, quando a frequência cardíaca e a pressão arterial se elevam. Quando comparado ao período do sono, o aumento do consumo energético chega a quatro vezes.
O aumento de infarto e morte súbita em pacientes durante o ato sexual em termos absolutos é muito baixo, algo em torno de 0,1% por ano. O ato sexual contribui substancialmente para a melhoria da qualidade de vida, eis o motivo que leva os médicos e os paciente a se preocuparem com este assunto.
A princípio, apenas pacientes com alto risco (infartos recentes e extensos, doenças graves das válvulas, hipertensão arterial severa e não controlada, angina de peito sem controle, insuficiência cardíaca grave) merecem restrição quanto ao ato sexual. Mesmo nessas situações, o médico pode liberar o paciente para a atividade sexual depois de um teste de esforço.
As drogas que melhoram a ereção (sildenafil, vardenafil, tadalafil) são importantes, pois podem devolver atividade sexual de melhor qualidade a estes pacientes. Não há estudos que demonstrem aumento de morte súbita, de infarto, com o uso dessas drogas quando bem indicadas.
Mas o uso dessas drogas não são indicadas para quem toma alguns tipos de medicamentos, por exemplo remédios para angina, como nitratos. Nesses casos o médico deve ser consultado para orientação e para rearranjo das mediçações.
Ricardo J. Rodrigues, cardiologista e professor da UEL