De repente, quando menos se espera, o adolescente percebe que está sentindo uma profunda atração por alguém, espera ansiosamente estar perto da pessoa para ouvir sua voz, partilhar seu dia, trocar opiniões. Esse sentimento pode ser passageiro ou não, pode ser platônico ou não.
A forma do amor platônico tem origem no pensamento do filósofo grego Platão, que consiste em amar mais a imagem do que efetivamente a própria pessoa, sempre vendo mais suas qualidades e virtudes.
Na adolescência, pela falta de experiência, por estarem vivendo uma nova fase, o amor é sempre carregado de certa dose de platonismo, idealização. Quem não se lembra do primeiro amor? A intensidade do gostar dificulta, em muitos casos, a administração dos sentimentos, pode-se sentir ciúmes, insegurança, medo da perda e não saber como administrá-los.
Com o tempo de convivência, existe o conflito entre o que se idealizava e efetivamente aquilo que acontece. Somado a isso acontece o amor erótico, em que o desejo está presente na relação, e o adolescente não tem entendimento das sensações e desejos sexuais, o que pode gerar culpa.
O que concluo é que o primeiro amor é uma experiência que amadurece o adolescente, pelas descobertas prazerosas que viverão, como pelos conflitos e aprendizagem que irão sofrer para se organizar nesta nova fase.
O soneto de Camões já dizia: ''O amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer''.
Mitos e Verdades
- Mito: o primeiro amor é sempre platônico
- Verdade: prazeres e conflitos do primeiro amor geram aprendizado na adolescência
Elsie Silva, psicóloga