Se uma criança pergunta como ela nasceu aos seus pais, eles podem responder: ‘Você saiu da barriga da mamãe, lá no hospital’. Se esta resposta for suficiente para a curiosidade da criança, ela vai parar por aí. Se não for, certamente virá outra pergunta, e mais outra, até que ela obtenha uma resposta que a satisfaça e tire todas as suas dúvidas.
Os pais, assim como muitos professores, devem estar preparados para responder tranqüilamente a essas questões. Entretanto, se ficarem absolutamente sem ação, é melhor dizer à criança que não sabem a resposta, que vão pesquisar e depois dizer a ela, do que inventar uma resposta equivocada. Se a criança não ficar satisfeita com a resposta, certamente irá buscá-la em outra fonte. Porém, o que não deve acontecer é querer dar uma aula de reprodução e anatomia quando a pergunta é mais simples.
É importante tentar perceber quando a criança está demonstrando uma curiosidade de acordo com sua idade ou vontade de conhecer a sua própria sexualidade. Essa descoberta faz parte do desenvolvimento saudável da criança desde que sem exageros. E não só no assunto sexualidade, mas em todos os outros momentos em que somos questionados, é sempre importante dar respostas verdadeiras e diretas.
Hoje estamos presenciando uma participação muito pequena da família em relação à formação dos seus filhos, passando toda ou parte dessa responsabilidade para a escola. Embora saibamos que a família e a escola são primordiais na formação do indivíduo, os valores familiares são essenciais na formação da criança e esses valores são passados em atitudes mais do que em discursos.
Na formação da sexualidade não é diferente, pois a ligação afetiva da criança com seus pais começa no nascimento e evolui através da demonstração dessa afetividade com abraços, palavras doces, carinho na hora do banho, entre inúmeros outros momentos de relacionamento familiar.
MITOS E VERDADES
- Quando a criança começa a perguntar sobre sexualidade, os pais devem responder francamente.
- Caso seja constrangedor, diga que não sabe e que vai pesquisar, mas nunca deixe uma pergunta sem resposta.
Ricardo Desidério da Silva, coordenador dos trabalhos de Sexualidade e Educação Sexual do NRE de Londrina