Sexualidade

Como manter viva a sexualidade no climatério?

11 fev 2013 às 14:56

A sexualidade feminina passa por muitas transformações durante a vida. Cada fase com suas características, da adolescência à senilidade: o primeiro beijo, a perda da virgindade (ainda hoje muito marcante), a gravidez, com todas as modificações do corpo, os 40 anos, em que percebemos que a juventude está nos deixando, porém em seu lugar está surgindo uma mulher muito interessante, que sabe o que espera da vida e de seus relacionamentos, toma decisões, faz escolhas e vive intensamente.

A idade cronológica do climatério é variável para cada mulher, mas as alterações físicas são muito semelhantes. Estas mudanças são facilmente contornáveis com os recursos da medicina atual. No que se refere à sexualidade, a principal queixa é a diminuição do desejo sexual, seguida pela diminuição da lubrificação vaginal e pelas manifestações de envelhecimento, tais como o aparecimento de rugas, flacidez, cabelos brancos, resultando em possível diminuição da autoestima.


Felizmente, há diversos métodos terapêuticos, psicoterápicos e estéticos que poderão tornar o processo do climatério, bem como do envelhecimento, uma época da vida marcada por ganhos e não por sensações de perdas, especialmente se associarmos aos itens anteriores a prática de hábitos de vida saudáveis, alimentação de boa qualidade e atividade física regular.


A reposição hormonal pode ser muito útil, mas deverá ser individualizada, ou seja, deverá levar em consideração as peculiaridades de cada mulher, como idade, sintomas, doenças preexistentes, antecedentes familiares e fatores de risco (obesidade, tabagismo, uso de outros medicamentos, entre outros).


Envelhecer não significa tornar-se assexuada ou menos atraente, muito pelo contrário. No climatério, geralmente entre os 40 e 55 anos de idade, a mulher na maioria das vezes já atingiu estabilidade profissional, afetiva e familiar. Ou até mesmo diante de eventuais mudanças como no caso de separação conjugal, viuvez, ou filhos saindo de casa, a maturidade e a experiência de vida tornam este momento maravilhoso para o exercício da sexualidade, que pode ser vivido de forma plena e livre de receios, já que esta fase é uma grande oportunidade de reflexão em que se podem avaliar os caminhos já percorridos e redirecionar as escolhas pessoais, tendo como objetivo central a felicidade.


É preciso salientar que a sexualidade é construída durante toda a vida. Experiências sexuais e amorosas vão influenciar o momento presente, ou seja, não poderemos atribuir somente às modificações hormonais do climatério as possíveis mudanças em nosso comportamento sexual. Faz-se necessária uma avaliação adequada das queixas sexuais desta fase para que a conduta terapêutica seja realmente eficaz.


As rugas em nossas faces contam a história de nossas vidas. Devemos procurar colecionar bons momentos com as pessoas que amamos, preservar nossos relacionamentos, evitando a rotina e usando criatividade e dedicação.

Ângela Carvalho, ginecologista com formação em sexualidade humana (Curitiba)


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