Considerando a infância o período compreendido de 5 a 8 anos de idade e buscando contribuir para as questões relacionadas à sexualidade, primeiro é importante pensar que o desenvolvimento humano caracteriza-se pelo crescimento físico, emocional e intelectual e a sua interação com o meio sociocultural e histórico.
Ao se falar de desenvolvimento humano, temos que propiciar as condições da criança gostar do seu corpo, desenvolver sua autoestima e buscar informações sobre reprodução, quando necessitar. Deve-se também compreender que a sexualidade faz parte do desenvolvimento humano sem, necessariamente, implicar em reprodução.
É muito importante também dar condições para que ela reconheça seus desejos sexuais e respeite os desejos sexuais dos outros, exercendo assim os direitos de cidadania nas diferentes manifestações da sexualidade.
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Quando falar da anatomia e fisiologia reprodutiva, deixar claro que o ser humano tem a capacidade de se reproduzir e de dar e receber prazer sexual. Nesse período, as crianças costumam se referir aos órgãos genitais com os nomes utilizados pela família.
Embora o início da puberdade se dê aos 9 anos, as crianças pequenas se interessam em saber se o seu corpo vai ser um dia como o corpo dos adultos. Daí a necessidade de explicar a elas que a puberdade vai ser caracterizada por mudanças físicas, tudo no seu devido tempo.
Nesse desenvolvimento humano, um ponto muito importante é a autoestima, em que podemos mostrar que cada pessoa tem um corpo e um jeito diferente. Os corpos das pessoas diferem em tamanho, forma, cor da pele, olhos, cabelos, entre muitas outras coisas.
O corpo e a autoestima se constroem a partir das relações da criança com as pessoas que a cercam e suas potencialidades podem ser incentivadas ou bloqueadas pelos adultos. Por isso, o bem-estar da criança pressupõe cuidados de higiene, saúde, alimentação, carinho e atenção, muita atenção.
Ricardo Desidério da Silva, professor e educador sexual