Ainda no útero materno, mesmo antes de nascer, a criança já tem reações que demonstram que sua sexualidade existe. O sexo é inato, congênito, mas também sobre o assunto se aprende. A identidade sexual do sujeito é construída na relação com o outro.
Sexo e sexualidade são coisas distintas, mas o conceito de sexualidade como força motriz do comportamento, que pode influenciar mesmo quando não se tem consciência disso, só apareceu no século 19, quando se necessitou dar nome ao que se queria controlar.
As manifestações ligadas à sexualidade afloram em todas as faixas etárias. Ao deixar de satisfazer as curiosidades das crianças a respeito da sexualidade, gera-se ansiedade e tensão, por se tratar de questões muito significativas para a subjetividade de cada um.
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O desenvolvimento da sexualidade tem início quando a criança tem os primeiros contatos com a realidade por meio da alimentação, do carinho materno, dos primeiros contatos físicos e das primeiras sensações de prazer e desprazer. Nesta etapa, surge a curiosidade sexual. É ela que impulsiona as primeiras descobertas sobre sexo, deixando dúvidas que, se não forem esclarecidas, provocam conflitos.
De acordo com a fase que a criança se encontra e com a sua curiosidade, o adulto precisa responder perguntas com respostas adequadas. Adequadas são as respostas simples. Melhor é não ficar devendo informações nem passar informações em excesso. É preciso ter sensibilidade para saber ouvir e entender exatamente o que a criança quer saber. Informações sobre sexo e sexualidade precisam ser transmitidas de forma natural.
O sexo está presente em tudo que nos cerca, e daí vem a inspiração sobre o que e como falar. A sexualidade, assim como a inteligência, será construída a partir das possibilidades individuais e de sua interação com o meio e a cultura. Explorando o próprio corpo e observando o corpo de outros é que a criança se descobre num corpo sexuado feminino ou masculino. A construção do que é pertencer a um ou outro sexo ocorre pelo tratamento diferenciado dado a cada sexo.
É de grande valia a orientação sexual nas escolas, pois auxilia muito na formação global do indivíduo, além de contribuir para o bem-estar. Segundo Oswaldo Rodrigues, as brincadeiras e jogos infantis são treinos criados pela sociedade para que as crianças aprendam e desenvolvam os papéis sociais adultos.
No que se refere a sexo, a família atribui seus próprios valores a todos os seus membros por meio de variadas posturas. A sexualidade no adulto quase sempre buscará, dentro do possível, o sexo, o contato genital. Na criança não existe a sexualidade no sentido genital.
Marilandes Ribeiro Braga, psicóloga e terapeuta sexual (Rondonópolis-MT)