Sexualidade

Avanços do tratamento da Aids não dispensam prevenção

29 nov 2010 às 16:22

A Aids é a doença que se manifesta após a infecção do organismo pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Até o começo da década de 1990 a doença poderia levar à morte, porém, com os novos medicamentos e suas combinações (coquetel), as pessoas passaram a viver mais.

O coquetel consegue manter baixa a quantidade de vírus no organismo, e assim diminuir os danos causados pela doença. Com isso, aumenta-se o tempo de vida do doente. É muito comum pessoas interromperem o tratamento pelas reações que o coquetel ocasiona, mas existem pessoas que iniciaram com medicamentos em meados dos anos 1990 e continuam com boa saúde até hoje.


Apesar do uso dos remédios, podem ocorrer infecções oportunistas - que se instalam, aproveitando um momento de fragilidade do sistema de defesa do corpo. Com isso, o tempo de sobrevida (tempo após a infecção) é indefinido e varia de indivíduo para indivíduo.


Os indivíduos que mantêm relações monogâmicas exclusivas não correm riscos de infecção. Para os demais casos, para evitar a infecção, é imprescindível manter relação sexual com o uso de preservativo. Os usuários de drogas não devem compartilhar seringas e agulhas. Para a transfusão de sangue, não reutilizar objetos perfuro-cortantes. As gestantes portadoras do vírus HIV devem fazer um controle maior durante a gestação, e receber orientação para não amamentar.


Quanto aos sintomas, a doença não se manifesta da mesma forma em todas as pessoas. Os sintomas iniciais podem ser semelhantes a outras viroses: febre persistente, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares, manchas na pele, gânglios ou ínguas em axila, pescoço e virilha. Geralmente esta fase passa despercebida.


Tardiamente começam a aparecer as doenças oportunistas tais como tuberculose, pneumonia, alguns tipos de câncer, candidíase e infecções do sistema nervoso (toxoplasmose e meningites).


Para o diagnóstico de uma possível infecção pelo HIV, recomenda-se esperar três meses após o contato com o vírus para a realização do teste.


O uso de camisinha em todas as relações sexuais apresenta eficácia de 95% na prevenção contra o HIV. Estudos comprovam que a taxa de contaminação não passou de 1% em casos em que um parceiro estava infectado e o outro não, usando preservativo em todas as relações. Portanto, o uso correto e frequente da camisinha contribui de forma eficaz para a prevenção da doença.

Marcelo Mendonça, ginecologista


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