Fique atento!
Sabemos que o amor é sadio, mas a forma como o vivemos é que pode fazer com que ele se torne uma doença. No amor existe a necessidade do diálogo, da compreensão e do afeto, para que assim possamos apreciar as gentilezas, o abraço e até mesmo o beijo. Quando isso não ocorre podemos dizer que alguma coisa não está bem. A reciprocidade no amor nos traz felicidade e a perda ou a rejeição traz um grande sofrimento. A dor transforma nossa vida, tornando nossa personalidade vulnerável, aparecendo assim a 'doença do amor'.
Temos que aprender o equilíbrio no relacionamento de criança e mãe, e depois criança e pai, para que possamos amar verdadeiramente. Aprendemos a amar desde muito cedo, alguns aprendem que amar é carinho, e outros, agressividade. O que aprendemos desde a infância repetiremos no decorrer da vida.
Desta forma, quando a pessoa realmente estiver doente sentirá um amor contínuo e sem limites por qualquer um que signifique importância em sua vida; seja um familiar ou até mesmo as amizades. Essa patologia se dá em diversos níveis. Em nível leve apenas incomoda, mas não há agressão. Mas em nível extremo a família tem influência e tudo pode se repetir.
É claro que quando há patologia um tenta impedir o outro de exercer sua liberdade, como se fosse o ''dono'' do outro.
Sabemos que o amor deve ter a espontaneidade, a liberdade. Ciúme exagerado, controle sobre o outro e dependência nos diz que isso é sintoma de amor patológico. O crescimento da pessoa deve caminhar conforme a autonomia, e o amadurecimento acontece quando a nossa dependência se torna independente. Se isso não acontecer a patologia estará instalada no ser humano, pois aí a pessoa fica ligada na outra e não caminha rumo à sua autonomia.
Vemos por meio da mídia que tanto na favela quanto na alta sociedade a mulher é morta em nome do amor. Creio que o amor patológico acaba em crime, porque sabemos que a patologia faz ligação com a morte.
Temos a droga que faz com que as pessoas coloquem para fora o que possuem dentro de si. Então o que acontece com os usuários é o acelerar do processo, pois se a pessoa tem uma tendência a essa patologia a droga só irá liberar.
O usuário de qualquer droga fará o que tem vontade no seu momento de pico, destruindo a sua saúde e a de outros. Os que possuem uma tendência a essa patologia devem procurar se encontrar em um processo terapêutico, com auxílio profissional, que provavelmente irá decorrer no tempo de cada um.
Eliane Marçal, Psicóloga Clínica e Hipnoterapeuta