A adolescência, com as respectivas alterações físicas e psíquicas, provoca sentimentos difíceis de tolerar. Alguns autores consideram a existência da ''Síndrome Normal da Adolescência'', ou seja: parece doença, mas não é. Entretanto, dependendo da intensidade e frequência com que os problemas se manifestam, caracterizam, realmente, sintomas de que algo não está funcionando bem.
O adolescente se afasta da família, não mais se submete às regras da infância. Se revolta por não possuir os direitos/regalias do mundo adulto, ao mesmo tempo em que já tem novos deveres.
Muitas vezes não entende o que se passa. Busca nos companheiros de mesma idade auxílio para compreender a si mesmo, descobrir qual a melhor forma de comportar e ser aceito no grupo. Dependendo da maturidade e saúde mental, os grupos escolhidos são benéficos e favorecem o bom desenvolvimento. Alguns apresentam dificuldades mais sérias (ansiedades, angústias, sentimentos de inadequação, entre outros fatores) que acabam favorecendo a aceitação e/ou busca de grupos que os colocam em sérios riscos.
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Podem se envolver com o uso abusivo de álcool e outras drogas, necessitando de cuidados especiais. Os pais se desesperam e não sabem como agir. Acostumados a lidar com a infância dos filhos, agora ficam perdidos.
Os adolescentes clamam por liberdade exacerbada, quando ainda não possuem a maturidade e a malícia necessária para enfrentar os perigos aos quais se expõem. Nesse momento é necessário procurar por grupos de apoio que ajudem a conhecer e enfrentar a problemática típica do período.
Algumas escolas tentam cumprir esse papel, mas nem sempre atingem os pais que mais precisam do auxílio, pois ainda não se conscientizaram da real necessidade e nem sempre participam das atividades propostas.
Os psicoterapeutas de adolescentes orientam os pais e/ou os encaminham para serviços adequados. Há no Brasil entidades sérias, idôneas e sem fins lucrativos, que atuam em todo o País junto às famílias de usuários de álcool e outras drogas, auxiliando na compreensão, prevenção e cuidados dos dependentes.
Bebês nascem sem manual de instrução. Pais nem sempre estão preparados para educar. A prevenção é o melhor recurso para cuidar da infância e adolescência. O apoio aos pais, especialmente na adolescência, é imprescindível. Eles não devem se intimidar e devem procurar ajuda enquanto ainda há tempo.
Maria Elizabeth Barreto de Pinho Tavares - Psicóloga (Londrina) e Doutora em Psicologia Clínica