Saúde & Ambiente

Mulheres são nove vezes mais atingidas pela anorexia

20 set 2007 às 21:02

A anorexia é uma doença que assusta a sociedade brasileira atual. Muito conhecido, porém, na maioria das vezes, não aceito pelas pacientes, este distúrbio alimentar que distorce a imagem corporal - como é diagnosticada pelos especialistas - atinge nove vezes mais mulheres do que homens.

Segundo Dr. Reginaldo Albuquerque, endocrinologista do Laboratório Exame, marca da Diagnósticos da América/ DASA, a anorexia é causada pela limitação da ingestão de alimentos devido à obsessão pela magreza e o medo patológico de ganhar peso. "O anoréxico mantém um peso corporal abaixo do normal mínimo para sua idade e altura e não acata a idéia de que está mais magro que o normal", afirma o especialista.


Os motivos que acarretam a doença são desconhecidos e na maioria das vezes são desencadeadas por fatores psicológicos. Alguns diagnósticos provam que os pacientes rejeitam a idéia de ter um corpo adulto com as responsabilidades da idade adulta. Outros casos, como de modelos anoréxicas, por exemplo, são frutos da pressão sofrida no mercado da moda.


O principal sintoma da anorexia é a abstinência de comida, mas existem outros que muitas vezes são desconhecidos pela sociedade, como intolerância ao frio, pele ressecada, constipação intestinal, pressão baixa e redução dos batimentos cardíacos. "Nas mulheres que já menstruam, a ausência de pelo menos três ciclos menstruais consecutivos também pode ser notado em uma paciente. O comportamento perfeccionista ou obsessivo e a negação da doença podem ou não estarem associados ao quadro", ressalta o especialista.


Uma das principais dificuldades do tratamento é convencer o paciente que ele está doente. O médico, muitas, vezes, é visto como um inimigo interessado em realimentá-lo. Portanto, o especialista deve encorajar o anoréxico a ter hábitos alimentares normais e ganhar peso, sem que isso se torne o único foco do tratamento. Para Reginaldo, um acompanhamento psicológico também deve ser parte integrante de toda a fase de recuperação do paciente, destacando a adoção de atitudes mais sadias, que é recompensada com elogios e diminuição de situações aversivas, como restrição de sua mobilidade.


De 2% a 6% dos pacientes diagnosticados com anorexia morrem em conseqüência de complicações da doença ou cometem suicídio, por isso o médico ainda alerta que para quadros mais avançados devem ser receitados medicamentos antidepressivos, tratamento psiquiátrico ou até a hospitalização para correção hidroeletrolítica, dieta hipercalórica e correção de possíveis alterações metabólicas.

* Reginaldo Albuquerque é médico endocrinologista do Exame Medicina Diagnóstica/ Diagnósticos da América - DASA. Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Ex-professor da Universidade de Brasília - UnB. Curso de especialização em Endocrinologia pela Universidade de Londres.


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