Nutrição

O que diferencia o pãozinho francês do integral?

02 out 2013 às 15:28

Os pães são fontes práticas, baratas e saudáveis de carboidratos para as refeições. Mas como todo alimento, o pão pode se tornar prejudicial quando consumido de maneira abusiva, pois tem considerável valor calórico, seja integral ou de farinha branca. Se observarmos seu valor calórico, o pão francês (50 g) com suas 150 calorias, não apresenta muita diferença em relação ao seu equivalente integral, com suas 140 calorias em duas fatias (50 g). A vantagem entre os dois é a inclusão das fibras, favorecendo o pão integral.

A tarefa de escolher o pão matinal não é fácil. Encontramos mais de 130 tipos no mercado. Pão integral, 100% integral, sete grãos, nove grãos, 12 grãos, light, diet, cenoura, soja, sírio integral, francês integral. O jeito é ler os rótulos e informar-se. Por exemplo, o fato de ter vários grãos não significa que o pão apresente um número maior de fibras – o pão 12 grãos e nove grãos têm menos fibras que o sete grãos.


A inscrição de zero gordura trans também não deve ser levada ao pé da letra, pois obedecendo às normas da Anvisa, um alimento pode conter pequenas quantidades de gordura hidrogenada por unidade, sem a obrigatoriedade de informar no rótulo tal valor. Contudo, esse valor não declarado pode se tornar significativo quando o consumo alcança maiores porções do alimento.


O avanço da engenharia dos alimentos tem permitido a fortificação dos pães com inúmeros nutrientes como vitaminas, ômega 3 e ômega 6, que pelas pequenas quantidades poucos benefícios trazem à saúde, não justificando a opção por esses alimentos suplementados. As informações dos rótulos, muitas vezes, não apresentam significância real, constituindo-se apenas numa estratégia para atrair o consumidor e buscar um diferencial no mercado.


Já o teor em sódio, em média de 125 mg por fatia de pão, causa preocupação, pois assim como a maioria dos alimentos industrializados, integrais ou não, o pão contém excesso de sódio, o que dificulta a adequação do consumo recomendado sem ultrapassar a recomendação máxima de 12 g de sal/dia (5 g de sódio).

Ellen Simone Paiva, médica especializada em endocrinologia e nutrologia


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