Quando o assunto é dieta, a das proteínas está em alta! Muita gente acaba trocando a rotina de refeições do dia a dia por um cardápio rico em proteínas, que restringe severamente a ingestão de carboidrato, priorizando o consumo de alimentos como carnes, ovos, peixes, bacon e queijos.
Segundo a nutricionista Carolina Mariano, do programa de educação nutricional Viva Melhor da Risa Restaurantes Empresariais, nas primeiras duas semanas de dieta as fontes de carboidratos ficam bem limitadas, sendo liberadas apenas até 20 gramas, o que pode ser obtido apenas com o consumo de vegetais. "Isso desencadeia um processo bioquímico em que o fígado converte gordura corporal em ácidos graxos e corpos cetônicos, substâncias que podem ser usadas pelo corpo como fonte de energia quando falta carboidratos (responsáveis por fornecer energia ao organismo)", explica Carolina. Esse mecanismo, chamado cetose, é essencial para o emagrecimento. Nas semanas seguintes, a dieta permite alguns alimentos, podendo atingir até 40 gramas de carboidratos por dia.
"O principal argumento nesta dieta é de que o corpo está em cetose, a fome simplesmente não existe, o que leva a uma perda de peso rápida. E mais, o organismo sofre adaptações metabólicas, onde passa a usar os corpos cetônicos como fonte de energia, poupando um pouco de glicose para o cérebro, o seu principal dependente. E com alguns dias em cetose o organismo se libera da dependência dos carboidratos e passa a utilizar as gorduras como fonte de energia, o que aumenta a saciedade", complementa a nutricionista da Risa.
Como fazer?
É recomendado retirar das refeições todos os alimentos ricos em carboidratos. No café da manhã, por exemplo, fica liberado abusar (a dieta não tem limitações de porções) de queijos, presuntos e ovos. Uma xícara de café com leite também é permitida ou ainda uma xícara de chá. Já no almoço e no jantar ficam liberadas as carnes, ovos, embutidos, bacon, aves, peixe e verduras.
Desvantagens
Segundo a nutricionista da Risa, Carolina Mariana, a dieta das proteínas foge demais dos hábitos alimentares da maioria das pessoas e talvez seja por isso que é tão difícil segui-la por muito tempo. "Isso pode resultar em um ganho de peso rápido, ao voltar a comer carboidratos com muita ansiedade. Outra desvantagem é que este cardápio não promove uma reeducação alimentar. Isso não é bom, pois pode levar ao efeito sanfona", explica.
A dieta das proteínas também pode causar problemas de concentração, já que o cérebro não funciona sem glicose e ainda libera gorduras saturadas, que em longo prazo aumentam o colesterol. Além disso, a falta de carboidratos pode provocar tontura, sono, alteração de humor, tremores e propensão a desmaios. A baixa ingestão de fibras leva à prisão de ventre e outras doenças intestinais.
"Vale lembrar que este cardápio não é indicado para gestantes e pessoas com problemas renais, já que na primeira fase a dieta significa um esforço a mais para os rins, que eliminam corpos cetônicos pela urina. Também não deve seguir esse cardápio quem tem ácido úrico elevado. Cada caso é um caso. Recomendamos que antes de começar qualquer dieta a pessoa procure um nutricionista para a melhor orientação nutricional", finaliza Carolina.