Em pouco tempo, o glúten passou de mero desconhecido a centro das atenções. Visando o emagrecimento, as pessoas passaram a evitar indiscriminadamente o consumo do composto de proteínas. A nutricionista Márcia Loureiro, esclarece quais os reais efeitos do glúten no organismo e os mitos que o envolvem.
De acordo com Márcia, o glúten é um composto de proteínas presente no trigo, na aveia, no centeio, na cevada e no malte. Essas proteínas são as prolamina e glutelina que aparecem combinadas com o amido nos alimentos. Produtos industrializados costumam conter essa proteína porque ela ajuda na fermentação, elasticidade e na conservação de pães e massas.
"Alimentos com glúten são bastante energéticos e quando armazenados no corpo, se tornam gordura. Cortar esses alimentos não ajuda a emagrecer, o paciente só consegue ter a perda de peso porque sua alimentação passa a ser mais balanceada quando ele elimina alguns carboidratos de sua dieta", explica a nutricionista.
Somente as pessoas com a doença celíaca é que estão restritas ao consumo do glúten. São pessoas que não possuem a enzima transglutaminase, responsável pela quebra do glúten.
Quando elas ingerem a proteína as paredes do intestino delgado são atingidas, dificultando a absorção de nutrientes do organismo e provocando sintomas como abdômen estufado, vômito, perda de peso anemia e osteoporose.
A intolerância costuma ser detectada logo na infância, mas ela pode ficar sem se manifestar pelo ao longo da vida. Em alguns casos, a doença não demonstra nenhum sintoma, o que acaba dificultando no diagnóstico.
Não existe cura para a celíaca, mas o indicado é sempre procurar pela ajuda de um médico para auxiliar na dieta do paciente. "Após o aparecimento de algum dos sintomas relacionados a doença, é indicado que a pessoa não pare de comer por conta própria alimentos sem glúten. Esta ação pode prejudicar ainda mais o organismo. Somente um profissional consegue detectar a doença, depois de fazer uma biópsia do intestino," ressalta a especialista.