Por questões alimentares, Yasmin Brunet se revoltou com Davi no BBB (Big Brother Brasil) e fez um desabafo. “Não quero mais comer nada que ele faz. Tô com raiva desse cara! Não posso comer feijão, lentilha, e nem grão de bico, tenho síndrome do intestino irritável”, afirmou a sister em conversa com Wanessa e MC Bin Laden.
Mas, afinal, o que é a SII? A SII (Síndrome do Intestino Irritável) é um termo amplo usado para vários sintomas digestivos. Esses sintomas podem incluir dor abdominal, muco nas fezes, evacuações irregulares e alternância entre diarreia e prisão de ventre. Existem muitos gatilhos para a SII, como fatores ambientais, estresse emocional, infecções e dieta.
Os sintomas mais comuns da síndrome são: dor abdominal ou cólicas; diarreia e constipação; inchaço abdominal; muco presente nas fezes; náusea; e fadiga.
Leia mais:
Acesso à internet pode melhorar a saúde mental de pessoas acima de 50 anos, diz estudo
Hormonologia, sem reconhecimento de entidades médicas, se espalha nas redes e tem até congresso
58 milhões de vacinas da Covid vencem no estoque federal; perda nos municípios é maior
Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil é neste sábado
A absorção prejudicada do açúcar lactose (encontrado em laticínios e em muitos alimentos processados) é o gatilho dietético mais comum para a SII. Outros açúcares que se acredita desencadearem a SII são a frutose (presente em muitos xaropes) e o sorbitol.
Tatiane Schallitz, nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais, explica que alguns alimentos que contêm sorbitol podem causar o problema, como maçãs, peras, pêssegos, cerejas, ameixas frescas, frutas secas (ameixas secas, damascos, uvas, ameixas, tâmaras, entre outras) e alguns alimentos sem açúcar que usam sorbitol como adoçante, como por exemplo, geleias e gomas de mascar.
O glúten pode contribuir para a SII?
Tatiane explica que o glúten pode contribuir para a SII em algumas pessoas. Isso é conhecido como sensibilidade ao glúten não celíaca. O processo envolve uma resposta anormal do sistema imunológico ou uma intolerância ao glúten, uma proteína encontrada em trigo, cevada e centeio.
Quando pessoas sensíveis ao glúten consomem alimentos que o contém, pode desencadear uma série de sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, inchaço, diarreia ou constipação. Acredita-se que essa sensibilidade não celíaca ao glúten possa contribuir para os sintomas da SII, embora não haja danos observáveis no intestino, como ocorre na doença celíaca.
É importante notar que a relação entre glúten e SII varia de pessoa para pessoa, e nem todos os indivíduos com SII apresentam melhora ao seguir uma dieta sem glúten. Se você suspeitar de sensibilidade ao glúten, consulte um profissional de saúde para avaliação e orientação adequadas.
Dieta geral
Alimentos modernos altamente processados e dietas pobres em fibras podem agravar a constipação. Os alimentos processados muitas vezes carecem das fibras necessárias para manter um sistema digestivo saudável. A fibra desempenha um papel crucial na promoção da regularidade intestinal, amolecendo as fezes e facilitando o movimento pelo trato digestivo.
Quanto
aos alimentos picantes e açucarados, eles podem afetar algumas pessoas
de maneiras diferentes. Alimentos picantes podem irritar o trato
gastrointestinal e desencadear desconforto, especialmente em pessoas
sensíveis. Por outro lado, dietas ricas em açúcares refinados podem
contribuir para desequilíbrios da microbiota intestinal, potencialmente
afetando a função intestinal - para pessoas com tendência à constipação,
pode aumentar a fermentação, aumentando gases e piorando o quadro.
Em geral, uma dieta equilibrada com uma ingestão adequada de fibras, provenientes de frutas, vegetais, grãos integrais e legumes, é benéfica para a saúde digestiva. Além disso, é importante manter-se hidratado, pois a água desempenha um papel crucial na prevenção da constipação, ajudando a amolecer as fezes. Um fator pouco considerado e muito importante é o estresse - saúde mental e intestino estão totalmente ligados, finaliza Tatiane Schallitz.
Estresse emocional
Emoções fortes, como ansiedade ou estresse, podem afetar os nervos intestinais em pessoas suscetíveis. O estresse também pode diminuir a função imunológica e os níveis de serotonina.
Higor
Caldato, médico psiquiatra e sócio do Instituto
Nutrindo Ideais, especialista em psicoterapias e
transtornos alimentares, ressalta que o intestino é muitas vezes chamado
de "segundo cérebro", devido à complexa rede de neurônios presentes no
sistema nervoso entérico, que controla as funções gastrointestinais.
Essa conexão entre o cérebro e o intestino é conhecida como eixo
cérebro-intestino.
O estresse pode afetar os nervos intestinais, levando a alterações na motilidade intestinal, secreção de fluidos e sensibilidade visceral. Isso pode resultar em sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia ou constipação.
O estresse crônico pode suprimir a função do sistema imunológico. Isso ocorre porque o cortisol, um hormônio liberado em resposta ao estresse, tem efeitos imunossupressores. A supressão do sistema imunológico pode tornar o corpo mais suscetível a infecções.
Os níveis de serotonina estão associados à alimentação e absorção intestinal adequadas, quando a saúde emocional está afetada, podemos ter uma influência direta na ação intestinal e com isso prejuízos na produção de serotonina, que por sua vez também podem agravar ainda mais os quadros emocionais.
Medicações
O uso de antibióticos pode alterar o equilíbrio da flora intestinal, resultando em distúrbios digestivos como diarreia. Isso ocorre porque os antibióticos podem não apenas eliminar as bactérias patogênicas, mas também afetar as bactérias benéficas no trato gastrointestinal.
Antiácidos são usados para neutralizar o ácido estomacal e aliviar a azia. No entanto, o uso excessivo de antiácidos pode alterar o pH gástrico normal, interferindo na digestão adequada dos alimentos e potencialmente levando a problemas como constipação ou diarreia.
Certos analgésicos, como os AINEs (anti-inflamatórios não esteroides), podem causar irritação no revestimento do estômago e do intestino, levando a efeitos colaterais como úlceras gástricas, hemorragias gastrointestinais e desconforto abdominal.
Serotonina pode ser a chave do tratamento?
O tratamento da SII geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo mudanças na dieta, manejo do estresse, medicamentos e, em alguns casos, terapia psicológica. Como se trata de um transtorno com causas multifatoriais, dificilmente o tratamento terá um fator específico como chave, mas o tratamento com uso de antidepressivos principalmente com ação em serotonina é bastante evidente e promissor para o controle dos quadros emocionais e para estabilização da SII.
A SII pode ser considerada mais emocional do que alimentar?
A SII é uma condição complexa e
multifatorial, e tanto fatores emocionais quanto alimentares desempenham
um papel significativo no desenvolvimento e na manifestação dos
sintomas. A relação entre fatores emocionais e alimentares pode variar
de pessoa para pessoa, e é comum observar uma interação complexa entre
esses aspectos, finaliza o psiquiatra especialista em transtornos
alimentares.
LEIA TAMBÉM: