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Estudo feito na Suécia

Vacina da Covid não altera menstruação em mulheres pré e pós-menopausa, diz estudo

Folhapress
08 mai 2023 às 17:00
- Vivian Honorato/N.Com
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A vacina da Covid não provocou alterações no fluxo menstrual de mulheres pré e pós-menopausa até três meses após a aplicação da última dose, de acordo com um estudo conduzido na Suécia com cerca de 3 milhões de mulheres.


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Os resultados da pesquisa mostraram uma associação fraca e inconsistente de sangramentos após a vacinação contra a Covid com o imunizante em mulheres que já passaram pela menopausa, e uma evidência ainda mais fraca em mulheres no período menstrual.

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Os dados foram publicados na última quarta-feira (3) no periódico científico BMJ (The British Medical Journal) e são contrários ao que foi notado em alguns estudos observacionais (quando são reportados relatos de caso) em que a vacina da Covid teria provavelmente uma associação com atraso menstrual ou alterações no fluxo.

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Pouco após o início da vacinação contra a Covid em todo o mundo, mulheres relataram ter sentido mudanças nos seus ciclos menstruais, como sangramentos mais intensos que o normal, dolorosos ou atrasos na menstruação. Já mulheres no período pós-menopausa que não menstruavam há anos reportaram sangramentos erráticos.


Pesquisas em todo o mundo procuraram entender se esses efeitos eram relacionados à vacina ou algum composto dela ou se eram alterações naturais e que podem ocorrer em momentos de estresse ou de mudanças de rotina.

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O estudo foi conduzido por pesquisadores do Instituto Karolinska, da Universidade de Gothenburg e da Agência Sueca de Produtos Médicos (equivalente à Anvisa), na Suécia.


Para avaliar a relação da vacina contra Covid com o fluxo menstrual, os cientistas analisaram 2.946.448 mulheres de 12 a 74 anos que receberam um dos três imunizantes (Pfizer, Moderna e AstraZeneca) da Covid em uso no país de 27 de dezembro de 2020 (quando iniciou a vacinação na Suécia) a 28 de fevereiro de 2022. Destas, 2.580.007 (87,6%) completaram o esquema primário de duas doses e 1.652.472 (64%) receberam o reforço ou terceira dose.

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Dados do banco nacional de saúde sueco foram coletados para avaliar condições de saúde prévias, como cânceres (incluindo de mama, vaginais, de ovário ou cervicais) que pudessem alterar o fluxo sanguíneo. Também foram colhidos dados sobre infecção prévia do Sars-CoV-2 para avaliar se um quadro de Covid não teria relação com os sangramentos.


As mulheres foram divididas em três tipos de anomalias da menstruação, compreendendo também as diferentes faixas etárias: sangramento pós-menopausa (mulheres de 45 a 74 anos); sangramentos erráticos (12 a 49 anos); e alterações no ciclo menstrual (p.ex. atrasos, fluxos descontínuos, dentre outros --de 12 a 49 anos). Os distúrbios foram reportados a partir de atendimentos no serviço de saúde ou de respostas a questionários diretamente aos profissionais de saúde.

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O risco de ter alteração no fluxo menstrual após a vacinação foi avaliado para dois períodos distintos: de um a sete dias e de 8 a 90 dias após a aplicação do imunizante. Isto porque na primeira semana após a imunização, mudanças no fluxo menstrual raramente serão notadas como efeitos colaterais da vacina. Em um período de até três meses, se as alterações no fluxo forem consistentes, elas serão notadas e a mulher irá procurar um atendimento médico ou reportar ao seu médico pessoal.


A razão de risco (hazard ratio, em inglês) -ajustada para idade, estado matrimonial, profissão (profissional da saúde ou não) e escolaridade- de sangramento pós-menopausa depois da aplicação da vacina da Covid foi de 1,12 até sete dias após a imunização e 1,14 de oito a 90 dias depois. Não houve, assim, diferença significativa logo após a vacinação ou até três meses depois desta.

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Já até sete dias após a terceira dose, o risco foi de 1,48, mas o intervalo de confiança muito elevado (1,12 a 1,94) torna essa associação fraca.


Em mulheres pré-menopausa, de 12 a 49 anos, a razão de risco observada para sangramentos erráticos foi de 1,08, nos primeiros sete dias, e 1,01, até 90 dias após a vacinação. As alterações no ciclo menstrual tiveram uma razão de risco de 1,13 em mulheres vacinadas com pelo menos uma dose contra as não vacinadas nos sete primeiros dias após a injeção, e 1,06 de oito a 90 dias após a aplicação. Todos os valores foram ajustados para as demais variáveis sociodemográficas.


Como conclusão, os autores observaram uma evidência fraca de associação da vacina com sangramentos em mulheres pós-menopausa, principalmente após a terceira dose. Já nas mulheres que ainda não passaram pela menopausa, não houve nenhuma evidência de as vacinas contra Covid alterarem o ciclo menstrual ou provocarem sangramentos em nenhum esquema de doses (1, 2 ou 3) comparadas às mulheres não vacinadas.

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