O câncer infantil é a principal causa de morte em crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), perdendo apenas para causas externas, como traumas. Pensando nisso, a Prefeitura de Londrina e a ONG (Organização Não Governamental) Viver deram início à Campanha Setembro Dourado, que prevê a conscientização acerca do diagnóstico precoce do câncer infanto-juvenil.
Durante o mês de setembro, diversas ações ocorrem para chamar a atenção da população para o tema. Uma delas teve início nesta semana, quando diversos monumentos públicos foram iluminados com a cor dourada, pela Sercomtel Iluminação. Entre eles, o viaduto Edson de Jesus Deliberador (na avenida Dez de Dezembro), Monumento O Passageiro, Concha Acústica, a fachada da Biblioteca Municipal, Monumento à Bíblia, a barragem do Igapó, Praça da Garça e a cascata do Igapó.
Já a ONG Viver está chamando a população para as suas redes sociais. No Instagram; Facebook e no Youtube estão sendo postadas informações sobre a importância de se atentar para os sinais e sintomas da doença e de se fazer o diagnóstico precoce.
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Em um vídeo curto, feito pela CONIACC (Confederação Nacional das Instituições de Apoio à Criança e Adolescente com Câncer) e postado pela ONG Viver, são apresentados os sintomas mais comuns do câncer infantil, como manchas roxas, cansaço, palidez e olhos esbranquiçados. Além desses, o surgimento de hematomas, sangramentos, caroços e inchaço sem dor, ou dores nos membros ou ossos sem a existência de trauma ou infecção, assim como tontura, cansaço, suor noturno, dor de cabeça, tosse persistente e falta de ar também devem acender um alerta para a doença.
Uma das dificuldades do diagnóstico precoce está justamente aí, pois os sintomas são semelhantes aos de outras doenças comuns na infância, o que, por vezes, reforça o tabu e a resistência dos pais em aceitar que o problema de saúde do filho pode ser câncer. “Nosso principal objetivo é falar sobre os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil, que infelizmente se assemelham a outras doenças comuns na infância, e mostrar que é importante estar atento a eles. Caso os pais notem algum desses sintomas devem investigar, porque o diagnóstico precoce, de fato, faz a diferença para o tratamento, tornando-o mais leve, menos agressivo e aumenta muito as chances de cura”, explicou o assessor de comunicação da ONG Viver, Carlos Pirani.
Também neste ano, o projeto “Dos Pés à Cabeça”, em que as vendas realizadas durante o McDia Feliz foram revertidas para o Instituto do Câncer de Londrina. Com o dinheiro, o HCL capacitou 270 profissionais e estudantes de medicina e enfermagem de 16 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de seis universidades. Com isso, 217 mil crianças e adolescentes foram impactados.
Segundo a ONG Viver, o percentual de cura entre as crianças e adolescentes com câncer infantojuvenil gira em torno de 64%. “Para nós que lidamos há 21 anos com as crianças e adolescentes com câncer, prestando assistência a eles, sabemos de perto a realidade dessas crianças e adolescentes. Aqueles que têm a felicidade de conseguir diagnosticar precocemente o caso, enfrentam um tratamento mais leve ou já tiveram alta e estão curados. Já aqueles que chegam mais tarde infelizmente enfrentam uma batalha de muitos anos e muito árdua, ou não estão mais entre nós. Por conhecer de perto a realidade deles, a gente sabe o quão importante é desenvolver ações de diagnóstico precoce”, completou Pirani.
Número de casos
De acordo com o levantamento feito para a Campanha Setembro Dourado, em Londrina, durante o ano de 2021, foram diagnosticados 149 casos novos de câncer infantojuvenil no Hospital do Câncer. No ano anterior (2020), foram outros 156 novos casos e, em 2019, 52 crianças foram diagnosticadas com a doença. Segundo o INCA, no Brasil, um novo caso é diagnosticado a cada hora.
Em Londrina, a Prefeitura instituiu no a Campanha Setembro Dourado no Calendário Oficial de Comemorações do Município, por meio da Lei Municipal nº 12.918/2019. No ano passado, os professores da rede municipal de ensino e da rede privada receberam materiais informativos sobre a doença. A ideia era sensibilizá-los para a identificação de casos suspeitos e encaminhamento à rede de saúde.
A ONG Viver recebe repasses do Fundo Municipal de Assistência Social de Londrina, anualmente, quando apresenta projetos para o acolhimento, amparo e apoio a crianças e adolescentes com câncer, e suas famílias. Mensalmente, a organização não governamental presta assistência a 222 crianças e adolescentes, assim como seus familiares, dispondo de serviços de alimentação; hospedagem; atendimento odontológico, nutricional, psicológico; e atividades de recreação, entre outros. Além dos repasses públicos, a ONG Viver realiza projetos e ações solidárias, durante o ano inteiro, para arrecadar recursos financeiros.