O primeiro resultado positivo de febre pelo vírus zika em São Paulo foi confirmado nesta sexta (22) pela Secretaria Estadual de Saúde. O infectado é um homem de 52 anos, do município de Sumaré, na região de Campinas, interior paulista. A transmissão da doença, assim como a dengue, ocorre por meio da picada do mosquito Aedes aegypti. Os sintomas foram constatados em 10 de março e, atualmente, o paciente já está curado.
De acordo com a secretaria, o paciente não tem histórico de viagem nas duas semanas anteriores ao início dos sintomas. Trata-se, portanto de um caso autóctone, ou seja, que teve origem na própria cidade. A doença causa febre baixa, manchas no corpo, coceira e vermelhidão nos olhos. Embora mais brandos do que em outras doenças, os sintomas podem ser confundidos com dengue, febre Chikungunya e sarampo.
O paciente foi atendido no serviço de saúde do município. Em seguida, foi notificado pela prefeitura como suspeita de dengue e direcionado ao Instituto Adolfo Lutz – laboratório central de saúde pública do estado – para investigação. Para obtenção do diagnóstico, foi necessário fazer o isolamento e o sequenciamento genético do vírus.
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A Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), autarquia ligada à secretaria de Saúde, enviará dez profissionais de Campinas que para fazer o bloqueio e o controle de criadouros no bairro onde o caso surgiu – Parque General Osório. Essa equipe trabalhará em conjunto com o grupo que atua especificamente no município desde 28 de abril, informou o órgão.
O município de Sumaré ocupa a quarta posição no ranking de cidade com maior número de casos de dengue confirmados em São Paulo. Foram 8.126 ocorrências autóctones até dia 4 de maio. A febre Chikungunya não circula no estado, segundo a secretaria. Desde o ano passado, foram confirmados 42 casos importados da doença, ou seja, nenhum paciente contraiu a doença no território paulista.
Em todo o país foram registrados 16 casos de Zika vírus, segundo balanço divulgado no dia 14 desse mês pelo Ministério da Saúde. Foram oito na Bahia e oito no Rio Grande do Norte. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que o governo brasileiro já trabalhava com a possibilidade de entrada do vírus no país em razão do alto fluxo de turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo, no ano passado.
Segundo o ministério, o Zika vírus tem evolução benigna e não há registro de morte associada. De acordo com a pasta, a doença tem um período de incubação de cerca de quatro dias e os sinais e sintomas podem durar até sete dias.
O tratamento é sintomático com uso de paracetamol para febre e dor, conforme orientação médica. Não está indicado o uso de ácido acetilsalicílico e de drogas anti-inflamatórias por conta do risco aumentado de complicações hemorrágicas, como também ocorre com a dengue.