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Prevenção: frio do inverno liga alerta para aumento de casos de pneumonia e gripe

03 jul 2024 às 14:58

No período mais frio do ano é importante redobrar os cuidados com doenças como pneumonia ou influenza (gripe). Os números comprovam a necessidade, já que, somente de janeiro a abril deste ano, 9.950 pessoas foram internadas no Paraná com uma das duas doenças, representando uma média de 82 internamentos por dia e 1.521 óbitos, de acordo com dados da Sesa (Secretaria de Saúde do Paraná). 


Em 2023 a média diária de internações foi de 91 pessoas nos primeiros quatro meses, com 1.145 mortes, enquanto que a média anual, de acordo com a base de dados dos sistemas de informação do SUS (Sistema Único de Saúde), contabilizou 3.694 internamentos e 4.409 óbitos.


A coordenadora de Vigilância Epideológica da Sesa, Acácia Nasr, explica que os meses de junho e julho são os mais intensos em relação ao frio, o que acaba diminuindo a imunidade das pessoas e aumentando risco de contrair alguma doença, por isso é importante estar alerta. 


"Os casos de pneumonia têm tendência de aumento no inverno. É preciso ficar atento aos sintomas da doença, não descuidar com a hidratação, evitar contato com pessoas que estejam com sintomas e atentar para a etiqueta respiratória”, alerta. 


A “etiqueta respiratória” recomenda a utilização de máscaras cirúrgicas, em caso de coriza ou tosse, higienização das mãos com água e sabonete ao longo do dia, além de cobrir boca e nariz com um lenço de papel ao tossir ou espirrar – fazendo o descarte do material imediatamente após o uso - e manter os ambientes arejados.


Atenção básica 


Um levantamento da Divisão de Saúde da Família da Sesa mostra que em 2023 houve 227.988 atendimentos da APS (Atenção Básica à Saúde) para pneumonia e gripes. Em 2024, até maio foram realizados 84.639 atendimentos.


A chefe da divisão, Rosiane Aparecida da Silva, ressalta que a atenção deve ser redobrada em relação ao grupo de maior risco, como idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas, reforçando que alguns casos podem evoluir para complicações como pneumonia


“Alguns dos principais sintomas da doença são tosse, dor de garganta, dor de cabeça, mal-estar e dor no corpo, secreção nasal excessiva e febre. O cuidado com a saúde e prevenção são essenciais”, diz.


Em caso de suspeita da doença, o usuário do SUS deve procurar uma UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima de casa, onde será avaliado pelas equipes. Caso haja a necessidade de um tratamento intensivo, o paciente poderá ser encaminhado para uma unidade de referência.



Infecção dos pulmões 


A pneumonia é uma infecção dos pulmões, causada por algum micro-organismo, geralmente bactérias. Podem ser bacterianas ou virais, com tratamentos diferentes para cada uma. 


Os vírus que causam a gripe podem determinar a diminuição das defesas do corpo e favorecer o desenvolvimento de bactérias, provocando uma infecção local ou das vias respiratórias. A piora do quadro clínico poderá levar o paciente a óbito.


O tratamento da pneumonia bacteriana inclui o antibiótico como uma das alternativas, já quando é causada por vírus, o tratamento inclui oseltamivir, medicamento antiviral para tratamento de influenza, e medidas de suporte: controle de dor, assistência psicológica, assistência nutricional, reabilitação física, odontologia, medicina integrativa.


Vacinação 


As vacinas contra a influenza e antipneumocócica reduzem as internações e a mortalidade por pneumonia. Confira os imunizantes disponíveis no SUS:


 - A vacina pneumocócica conjugada 10 valente (VPC10) está disponível na rotina de vacinação para todas as crianças aos 2 e 4 meses de vida, com reforço aos 12 meses.


 - A vacina pneumocócica conjugada 13 valente (VPC13) é ofertada gratuitamente e previne cerca de 90% das doenças graves (pneumonia, meningite, otite) em crianças, causadas por 13 sorotipos de pneumococos. É indicada apenas para pacientes de alto risco, acima de cinco anos de idade, portadores de Aids/HIV, pacientes oncológicos e transplantados.


 - A vacina pneumocócica conjugada 23 valente (VPC23) está disponível na rotina dos povos indígenas e pessoas a partir de 60 anos, que vivem acamados e/ou institucionalizados (como casas geriátricas, hospitais, unidades de acolhimento/asilos e casas de repouso). Esta vacina também é ofertada de forma especial para pessoas com comorbidades como imunodeficiência devido à imunodepressão terapêutica, implante coclear (ouvido), nefropatias crônicas/hemodiálise/síndrome nefrótica, pneumopatias crônicas, exceto asma intermitente ou persistente leve, asma persistente moderada ou grave, cardiopatias crônicas, hepatopatias crônicas, doenças neurológicas crônicas incapacitantes, trissomias, diabetes e doenças de depósito.


 - Já a vacina contra a influenza está disponível desde o dia 2 de maio para todas as pessoas com mais de seis meses de idade. Ela é disponibilizada no SUS, nas unidades de saúde dos municípios e faz parte da campanha contra a gripe do Ministério da Saúde.


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