Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Esgotadas

Pós-pandemia: 45% das mulheres mostram algum tipo de transtorno mental no Brasil

Ana Cristina Campos - Agência Brasil
30 ago 2023 às 10:25
- Elza Fiuza/Agência Brasil
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O relatório Esgotadas: empobrecimento, a sobrecarga de cuidado e o sofrimento psíquico das mulheres, desenvolvido pela Ong (Organização não governamental) Think Olga, aponta que 45% das mulheres brasileiras têm um diagnóstico de ansiedade, depressão, ou outros tipos de transtornos mental no contexto pós-pandemia de Covid-19. 


A ansiedade, transtorno mais comum no Brasil, faz parte do dia a dia de 6 em cada 10 brasileiras. A pesquisa foi feita com 1.078 mulheres, de 18 a 65 anos, em todos os estados do país, de 12 a 26 de maio de 2023. A margem de erro é de 3 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


“O relatório não surpreende porque são dados que já sabíamos que aconteciam, ou seja, as mulheres estão cansadas e sobrecarregadas. Quase metade da população feminina tem algum transtorno mental e com muito pouco acesso a cuidados específicos. A maioria diz que, como ferramentas para conseguir lidar com essa questão, tem a atividade física ou a religião. Tem uma insatisfação com diversas áreas da vida. A questão financeira é a que mais preocupa e a dupla ou tripla jornada é o segundo maior fator de pressão sobre a psique feminina”, frisa Maíra Liguori, diretora da Think Olga.

Leia mais:

Imagem de destaque
Neuro do pugilista

Doença do Maguila também pode ser causada por violência doméstica, diz médico

Imagem de destaque
Afetam o cérebro

Estudo liga Covid, herpes e outras infecções virais ao risco de demência

Imagem de destaque
Entrevistas na cracolândia

Estudo mostra falhas em tratamento tradicional contra drogas

Imagem de destaque
Medida Provisória

Governo prorroga até março de 2025 isenção de medicamentos importados


Com a proposta de entender as estruturas que impõem o sofrimento das brasileiras na atualidade, o relatório engloba dados que demonstram desde a sobrecarga de trabalho e insegurança financeira até o esgotamento mental e físico causado pela economia do cuidado, que enquadra todas as atividades relacionadas aos cuidados com a casa e com produção e manutenção da vida.

Publicidade


A situação financeira e a capacidade de conciliar os diferentes aspectos da vida têm as menores notas de satisfação entre as entrevistadas. Em uma classificação de 1 a 10, a vida financeira teve a classificação 1.4. Já na capacidade de conciliação das diferentes áreas da vida, a nota ficou em 2.2. A situação financeira apertada atinge 48% das entrevistadas e a insatisfação com a remuneração baixa alcança 32% delas. Cinquenta e nove por cento das mulheres das classes D e E estão insatisfeitas com sua situação financeira. Essa insatisfação atinge 54% das pretas e pardas.


As mulheres são as únicas ou principais provedoras em 38% dos lares. Elas são, na maior parte, negras, da classe D e E e com mais de 55 anos. Apenas 11% das entrevistadas dizem não contribuir financeiramente para a manutenção de suas famílias.

Publicidade


Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio realizada em 2022, as mulheres gastam 21,4 horas da semana em tarefas domésticas e do cuidado, enquanto os homens usam 11 horas. Já o relatório Esgotadas mostrou que a sobrecarga de trabalho doméstico e a jornada excessiva de trabalho foram a segunda causa de descontentamento mais apontada, atrás apenas de preocupações financeiras. O trabalho de cuidado sobrecarrega principalmente as mulheres de 36 a 55 anos (57% cuidam de alguém) e pretas e pardas (50% cuidam de alguém).


Oitenta e seis por cento das mulheres consideram ter muita carga de responsabilidades. A insatisfação de mães solo e cuidadoras é muito superior em relação àquelas que não têm esse tipo de responsabilidade. As cuidadoras e mãe solo também são as mais sobrecarregadas com as tarefas domésticas e de cuidado, com 51% das mães e 49% das cuidadoras apontando a situação financeira restrita como o maior impacto na saúde mental. Isso quer dizer que a sobrecarga de cuidado também é um fator de empobrecimento das mulheres ou “feminização da pobreza”, de acordo com o relatório.

Publicidade


Entre as mais jovens, 26% declararam que os padrões de beleza impostos impactam negativamente na saúde mental. Já o medo de sofrer violência é citado por 16% delas.


Para 91% das entrevistadas, a saúde emocional deve ser levada muito a sério e 76% estão buscando prestar atenção à saúde mental, principalmente após a pandemia de covid-19. Só 11% afirmam que não cuidam da sua saúde emocional de nenhuma maneira.


“É necessário que comecemos a entender o impacto do trabalho de cuidado e suas consequências, além de partirmos de discussões que desestigmatizem tabus sobre a saúde mental. É essencial incentivar ações do setor privado, da sociedade civil e, principalmente, do setor público para um futuro viável para as mulheres”, diz, em nota, Nana Lima, co-diretora da Think Olga.


Imagem
Secretaria da Justiça e Defensoria Pública protocolam ação contra 123milhas
O objetivo da ação é assegurar os recursos necessários para garantir a execução dos serviços contratados ou a devolução dos valores pagos corrigidos, conforme é estipulado pelo CDC.
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo