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Durante parto

O que é embolia amniótica, condição rara que afetou influenciadora digital

Vitor Hugo Batista - Folhapress
02 ago 2024 às 16:57

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- Reprodução/Instagram
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A influenciadora digital Juliana Perdomo, 34, foi internada em estado grave, em Goiânia, após passar por uma embolia amniótica durante o parto de seu terceiro filho, na última sexta-feira (26).


A ELA (embolia de líquido amniótico) ocorre quando o líquido amniótico, que envolve o bebê na placenta e contém elementos fetais, células e tecidos, entra na circulação sanguínea da mãe durante a gravidez, trabalho de parto ou logo após o parto.

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A condição provoca uma reação anafilática grave, uma espécie de choque alérgico, por isso também é conhecida como síndrome anafilactóide da gravidez.

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As complicações para a mãe incluem parada cardiorrespiratória, queda súbita da pressão e da oxigenação.

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"Hoje é a complicação mais grave que pode acometer uma grávida. O tratamento requer recursos avançados de terapia intensiva, que a maioria das pacientes não têm disponíveis no momento do parto", afirma o médico obstetra Lucas Barbosa, membro da comissão especializada em emergências obstétricas da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).


O quadro é raro, mas possui uma taxa de mortalidade materna muito alta, com cerca de 80% dos casos resultando em óbito no país, segundo o Ministério da Saúde.

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A incidência varia de 1 para cada 12.923 partos nos Estados Unidos e de 1 para cada 50 mil partos no Reino Unido, de acordo com o protocolo de urgências obstétricas da Febrasgo. O Brasil não apresenta dados sobre a incidência nacional.


A família da influenciadora informou pelo Instagram que ela passou a segunda-feira (29) sem apresentar intercorrências.

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"A equipe médica está otimista com as evoluções registradas por ela, tanto na parte cardíaca quanto na parte respiratória", diz o comunicado.


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O QUE É E O QUE CAUSA A EMBOLIA AMNIÓTICA?


O líquido amniótico é o líquido que envolve o feto dentro da placenta, também conhecido como bolsa d'água. Nele, são encontrados elementos fetais, como células, tecidos e até fios de cabelo do bebê.

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A embolia amniótica ocorre quando esse líquido entra na circulação sanguínea da mãe. Isso acontece durante a gravidez, trabalho de parto ou logo após o aporto.


Durante a gravidez, ocorre por meio de curetagem uterina ou na coleta do líquido amniótico para exames. Durante ou após o trabalho de parto, pode ocorrer por meio de feridas na pele ou no canal vaginal na hora da cesariana ou no parto normal.

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QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO PARA TER EMBOLIA AMNIÓTICA?


Os fatores de risco para a embolia amniótica incluem o tipo de parto, a idade materna superior a 35 anos, alterações e descolamento de placenta, ruptura do útero, excesso de líquido amniótico (polidrâmnio) e diabetes.


"O registro nacional de casos de embolia amniótica americano mostra que o risco é ligeiramente maior em cesarianas do que em partos normais. Isso ocorre porque a cesariana é uma cirurgia que envolve mais lesões e sangramentos, resultando em maior trauma para a mãe e, consequentemente, um risco aumentado", explica


QUAIS SÃO OS SINTOMAS MAIS FREQUENTES?


O quadro é súbito e imprevisível. Não há indícios ou exames médicos que apontem para o desenvolvimento de embolia amniótica.


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Os fatores que apontam para o problema ocorrem durante ou após o parto. Os primeiros sinais são falta de ar em decorrência da baixa oxigenação (hipóxia), confusão mental e queda de pressão (hipotensão).


Nos quadros mais graves ocorre parada cardiorrespiratória e quadro hemorrágico em que o sangue não coagula adequadamente (coagulopatia).


COMO É DIAGNOSTICADA A EMBOLIA AMNIÓTICA?


Não existem testes específicos para prever ou confirmar a condição antes que ela ocorra.


O diagnóstico da embolia amniótica é clínico e feito por suspeição, baseado na observação dos sinais característicos durante o trabalho de parto ou imediatamente após o parto.


QUAIS COMPLICAÇÕES PODEM OCORRER?


As complicações incluem:

- Insuficiência e dificuldade respiratória;

- Parada cardíaca;

- Hemorragia grave devido à coagulopatia;

- Choque anafilático;

- Danos aos órgãos devido à falta de oxigenação.


"Se a parada cardíaca não for revertida, pode ocorrer a morte da mãe. Se for durante o trabalho de parto, após o rompimento da bolsa, o bebê pode ir a óbito", afirma a ginecologista e obstetra Larissa Cassiano, especialista em gestação de alto risco pela USP (Universidade de São Paulo).


A EMBOLIA AMNIÓTICA PODE SER PREVENIDA?


Por ser imprevisível e rara, ainda não existem medidas específicas comprovadas para prevenir a embolia amniótica.


Segundo Cassiano, a melhor forma de prevenção é uma boa assistência médica, além de um ambiente de suporte intensivo.


COMO É TRATADA A EMBOLIA AMNIÓTICA?


O tratamento da embolia amniótica exige intervenções avançadas de terapia intensiva.


"O principal desafio é fazer a mãe chegar viva ao CTI (Centro de Tratamento Intensivo), pois os principais tratamentos são realizados ali dentro, com muito recurso tecnológico", explica Barbosa.


Para reverter a parada cardiorrespiratória é realizada uma ressuscitação cardiopulmonar imediata.


O espasmo da artéria pulmonar é resolvido por meio do uso de drogas vasodilatadoras, como óxido nítrico inalatório, além de ventilação mecânica para ajudar a respiração da mãe.


O controle da coagulopatia é feito por meio de transfusões e outros métodos para estabilizar a coagulação do sangue.


QUAL É A FREQUÊNCIA E QUAL A CHANCE DE SOBREVIVÊNCIA DA EMBOLIA AMNIÓTICA?


A embolia amniótica é extremamente rara, com uma incidência de aproximadamente 1 em 12 mil a 50 mil nascimentos. A mortalidade materna associada a esta condição é alta, com cerca de 80% dos casos resultando em óbito no país, segundo o Ministério da Saúde.


"Infelizmente, a chance de sobrevivência é muito baixa. Por isso é necessário agir o mais rápido possível", afirma Cassiano.


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